Ex-líder da JP critica Assunção Cristas sobre autárquicas

Miguel Pires da Silva estranha declarações sobre necessidade de ouvir as estruturas do partido depois da demissão do deputado Abel Baptista.

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Mais uma crítica interna à líder do CDS Martin Henrik

O ex-líder da Juventude Popular (JP) Miguel Pires da Silva estranha que a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirme que este é tempo de ouvir as estruturas do partido sobre as autárquicas quando, ainda há pouco tempo, um deputado deixou a Assembleia por considerar que a sua posição sobre o assunto foi ignorada na estrutura concelhia. “Estranhei as declarações da presidente quando, há um mês, Abel Baptista se demitiu depois de a sua posição na concelhia não ter sido respeitada nem ouvida”, disse ao PÚBLICO Miguel Pires da Silva, antigo vereador na Câmara de Ponte de Lima.

A crítica já tinha sido deixada esta quinta-feira à noite na sua página de Facebook - é a segunda em pouco tempo, depois de Michel Seufert ter protestado contra o convite a Maria de Lurdes Rodrigues para ir à Escola de Quadros do partido“Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço. Não podia estar mais de acordo com estas declarações da presidente do partido, pena é que há um mês atrás o mesmo não tenha valido. É público que a demissão do Abel Lima Baptista aconteceu após terem sido ignoradas as posições em relação às autárquicas da concelhia a que presidia”, escreveu Miguel Pires da Silva.

O ex-vereador da Câmara de Ponte de Lima referia-se às declarações de Assunção Cristas, na passada quarta-feira, quando questionada sobre as eleições autárquicas de 2017. "Cada caso é um caso, cada município é um município. Neste momento, a palavra é das concelhias, é das distritais”, afirmou a líder do CDS-PP, à margem de uma visita ao centro social e paroquial de Arroios, em Lisboa.

Abel Baptista, líder da distrital de Viana do Castelo, esperava ser o cabeça de lista do partido à Câmara de Ponte de Lima (a cuja concelhia do CDS presidia), mas esse não foi o entendimento de Assunção Cristas. Em consequência, o deputado renunciou ao mandato no Parlamento e abandonou todos os cargos no partido por discordar da decisão.  

Contactado pelo PÚBLICO, o coordenador autárquico do CDS-PP, Domingos Doutel, sublinha não ter havido qualquer decisão formal das estruturas. "Foram cumpridos os regulamentos. A concelhia e a comissão política distrital de Viana do Castelo não se pronunciaram [sobre candidatos]. E sem comissão política, o caso foi avocado pela comissão executiva do partido, como diz o regulamento autárquico", afirmou Domingos Doutel. 

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