Enquanto França debate se as mulheres muçulmanas devem usar fatos-de-banho que lhes cobrem a cabeça, o pescoço, os braços e as pernas (os burkini), noutros países aprovam-se regulamentos para incluir algumas peças do vestuário das mulheres muçulmanas nos uniformes para permitir que um maior número delas tenham acesso a profissões. A polícia escocesa adicionou na quarta-feira ao seu uniforme a opção do hijab, o lenço com que as mulheres muçulmanas cobrem a cabeça e o pescoço.

Antes da medida ser aprovada, as polícias muçulmanas escocesas já podiam usar o hijab, mas precisavam de autorização das suas chefias.

"Estou encantado por fazer este anúncio que tem o apoio da comunidade muçulmana e da comunidade em geral, assim como da polícia", disse o chefe da polícia escocesa, Phil Gormley. "Como muitos outros funcionários, especialmente no sector público, estamos a trabalhar para tornar os nossos seviços mais representativos da comunidade que servimos."

Um relatório publicado no início do ano pela Scottish Police Authority mostrou que entre as 4809 candidaturas à polícia para 2015/16, só 127 delas (2,6%) eram de pessoas oriundas de minorias étnicas ou religiosas.

"Com base nestes números, fica claro que a polícia enfrenta um desafio", dizia o relatório que concluía era necessário encontrar estratégias para as forças da ordem serem representativas do tecido social, uma vez que a população negra e aquela a que o relatório chama de "origem étnica" constitui 4% da população escocesa.

A polícia metropolitana londrina foi a primeira força policial britânica a introduzir o hijab como opção de uniforme uniforme das suas forças.

O Canadá também aprovou a mesma medida de integração das mulheres muçulmanas na polícia. A partir de agora, as que pertencem à polícia montada podem usar o hijab.

O comissário da Royal Canadian Mounted Police aprovou a adição do lenço ao uniforme, anunciou na quarta-feira o ministro da Segurança Pública, Ralph Goodale.

A decisão foi tomada para reflectir a diversidade do Canadá e encorajar as mulheres muçulmanas a juntarem-se a esta força policial.

Os mounties enfrentaram uma polémica nacional há 25 anos quando um homem sikh processou o governo pelo direito a usar o seu turbante em vez do chapéu tradicional desta guarda canadiana. Ganhou e o turbante foi acrescentado ao uniforme.