A tentação dos boys no IEFP

PS afastou 120 dirigentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional.

Nos três meses, o Governo exonerou 120 funcionários com cargos de chefia no IEFP. Num país onde isto acontece sempre que os governos mudam, um dia deixa de ser notícia. Felizmente, ainda é. Este ano, com uma nuance nova: dez abriram processos em tribunal. Argumentam que são técnicos e não boys e que não há razão para terem sido demitidos. É verdade que muitos foram escolhidos pela Cresap, criada para garantir que os melhores – e não os mais bem conectados –, dirigem a máquina do Estado. Mas também é verdade que a Cresap não conseguiu fazer desaparecer do país a tentação dos interesses partidários: quando os candidatos ficavam reduzidos aos três melhores, o Governo de Passos e Portas escolheu quase sempre os militantes ou os próximos do PSD e do CDS. Agora, é a vez do PS. Num estilo mais rápido, o novo governo substituiu as chefias sem Cresap e sem aviso. Com menos artifício cosmético, mas também com artifício. Boa parte do cansaço em relação ao "bloco central" passa por aqui.

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