O silêncio criativo de Frank Ocean nos últimos quatro anos parece ter chegado ao fim. Há algumas semanas, o jornal norte-americano New York Times anunciava a chegada do seu segundo álbum para o dia 5 de Agosto, com base num livestream que surgiu a 1 de Agosto no site do cantor. Nele, Ocean cortava madeira num armazém enquanto se ouviam excertos de vários instrumentais. Mas a data passou sem sinal de novo material. Até à meia-noite desta sexta-feira, com o lançamento de Endless, o álbum visual de Frank Ocean que tem 45 minutos e 18 faixas.

A transmissão em vídeo ao vivo, que durou quatro dias e terminou a 4 de Agosto sem novidades, regressou na noite dequinta-feira com o que parecia ser uma banda sonora composta de músicas completas e imagens do músico a construir uma escadaria. Os degraus conduzem ao cimo do armazém e os fãs especularam que o lançamento do novo álbum estaria próximo.

E, de facto, Ocean regressou com música nova, mas não a esperada. Contudo, um representante da Apple disse à revista norte-americana Rolling Stone que “mais de Frank será lançado durante o fim-de-semana” e que Endless é um projecto separado do seu segundo álbum, o sucessor de Channel Orange (2012). Já em 2015, quando trabalhava no seu segundo álbum, o músico aludiu à existência de "duas versões" e mostrava uma fotografia com duas pilhas de vinis – dando a entender que poderiam sair dois tipos de trabalho desse processo criativo. O seu segundo trabalho charmar-se-ia Boys Don’t Cry mas a mesma fonte da Apple diz que esse título já foi substituído.

Em resposta a perguntas sobre os sucessivos atrasos do novo disco Malay, produtor de Frank Ocean, sublinhou esta terça-feira numa sessão de perguntas e respostas no Reddit que a arte não pode ser apressada. “É preciso ter a certeza de que a estética certa para uma determinada situação foi conseguida e para isso é preciso ir por tentativa e erro”, explicou.

Endless conta com a sonoridade de violinos, contrabaixos, violas e violoncelos da London Contemporary Orchestra (conduzida pelo maestro britânico Robert Ames) e tem a colaboração de artistas como Jonny Greenwood, dos Radiohead, nas cordas em At Your Best (You Are Love) e de James Blake, creditado pelos sintetizadores.Também Jazmine Sullivan oferece a voz a quatro canções e Arca, produtor de Björk, colabora em Mine. Frank Ocean toca piano em várias faixas, e guitarra em Rushes To.

O álbum foi gravado entre os estúdios de Abbey Road, os Capitol Studios e os Conway Studios em Los Angeles, o Studio C em Brooklyn e o estúdio do Mercer Hotel, em Manhattan. Nas últimas semanas, os fãs têm seguido atentamente a presença de Frank Ocean nas redes sociais na esperança de ter novidades e, esta sexta-feira, tornaram o cantor num dos tópicos mais falados do Twitter durante horas.

Texto editado por Joana Amaral Cardoso