Os conselhos do Brasil

André Gustavo chegou ao PSD em 2010, por intermédio de Relvas e Marco António.

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Miguel Manso

Foi pela mão de Miguel Relvas e Marco António Costa que André Gustavo Vieira chegou ao PSD, em 2010, com o partido ainda na oposição. Publicitário conhecido no Brasil, começou a carreira no Recife com o irmão, na empresa criada pelo pai, a Arcos Comunicação. Actualmente tem sucursais em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro e terá facturado dez milhões de reais (2,5 milhões de euros) nos primeiros quatro meses de 2015. Do seu currículo constam campanhas para governadores e deputados estaduais.

O nome de André Gustavo apareceu duas vezes ligado à operação brasileira Lava-Jato: no ano passado foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito criada para investigar os financiamentos alegadamente irregulares concedidos pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, para falar sobre contratos entre o banco estatal e a Arcos Comunicação. E há cerca de seis meses, tal como o PÚBLICO noticiou, a Procuradoria-Geral da República recebeu três cartas rogatórias no âmbito da Lava-Jato em que eram pedidas informações sobre a actividade do publicitário em Portugal, onde dirigiu as duas campanhas de Passos.

A ligação ao PSD começou de forma indirecta: conheceu Luís Filipe Menezes, que o apresentou ao seu então "vice" na Câmara de Gaia, Marco António. Daí a Relvas foi um instante – e algumas festas e férias no Brasil, chegaram a contar revistas do social. Depois de ajudar o PSD a chegar ao poder em Junho de 2011, André Gustavo ganhou uma posição confortável junto de Passos Coelho, que o quis manter como seu conselheiro no partido. Mas até a nova imagem do Governo PSD-CDS, do site aos pinos de lapela, saiu do bisturi da Arcos. Para as legislativas de Outubro, André Gustavo contou ao Expresso que trouxe uma equipa de seis ou sete brasileiros, a que juntou mais de duas dezenas de portugueses.

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