Bairro residencial de Idlib bombardeado com munições incendiárias

Cidade controlada por rebeldes sírios acordou com incêndios de intensa luz branca. No sábado já fora bombardeado um hospital.

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Caças russos Su-34 durante exercícios militares em Dubrovichi. Maxim Shemetov/Reuters

Um bairro residencial no bastião rebelde de Idlib foi bombardeado na noite de domingo com munições incendiárias de termite, uma substância que arde a mais de 2000 graus centígrados, só muito dificilmente se extingue e já foi avistada a bordo de caças da Rússia, signatária de uma convenção das Nações Unidas que proíbe o uso destas armas em zonas civis.

Dez pessoas ficaram feridas no ataque, que os serviços de emergência rebeldes atribuem à aviação de Moscovo e dizem ter sido um acto de vingança pelo romper do cerco do regime em Alepo. No sábado, caças leais ao regime já tinham bombardeado um hospital em Idlib da rede dos Médicos Sem Fronteiras, matando quatro funcionários e nove civis, incluindo cinco crianças e duas mulheres.  

É difícil de perceber quem comandou o ataque. Os aviões de Assad também já executaram várias ofensivas com este tipo de armamento, que causa queimaduras graves e dolorosas, assim como grandes estragos em edifícios. Imagens publicadas em redes oposicionistas dão conta do pânico gerado no bairro pelos grandes incêndios de intensa luz branca, característica deste tipo de munições.

Há pouca informação sobre o sucedido, embora órgãos estatais russos e sírios noticiassem na noite de domingo que a sua aviação atingira Idlib com “munições pesadas”.

O uso de armas incendiárias na guerra síria tornou-se mais comum nos últimos meses de grandes combates em Alepo, repetidamente atingida com este tipo de ataques, sobretudo nos arredores onde há vegetação e o uso de material incendiário tem mais efeito – as munições são por vezes confundidas com Napalm ou Fósforo Branco, muito usados pelos Estados Unidos na Guerra do Vietname.

Ataques deste género em zonas residenciais são raros. Em Junho, depois de a televisão estatal russa RT ter acidentalmente captado imagens de bombas incendiárias em caças da Rússia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, admitiu à Human Rights Watch que este tipo de armamento “causa estragos humanitários elevados” e que fora “indevidamente utilizado” na guerra civil síria, embora não se comprometesse a retirá-lo do país. 

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