Passos esvazia críticas e aguarda cumprimento do OE2016

Líder do PSD elogiou o papel desempenhado pelo comissário Carlos Moedas

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No sábado passado na Madeira, Passos tinha sido mais crítico Gregório Cunha

Pedro Passos Coelho esvaziou o tom de crítica para com o actual Governo com que se pronunciou anteriormente em relação à eventualidade de aplicação de sanções a Portugal. Ao visitar este sábado à tarde a Expofacic, em Cantanhede, o líder do PSD e ex-primeiro-ministro pronunciou-se pela primeira vez sobre a anulação das sanções a Portugal e a Espanha decidida na quarta-feira pela Comissão Europeia.

Adoptando um contrastante tom mais apaziguador, Passos Coelho clarificou que a sua posição era “a mesma” que teve “desde o início”, isto é, que “não fazia nenhum sentido” o debate sobre sanções, se este debate se referisse ao “passado” nem que a Comissão Europeia aplicasse penalizações a Portugal por causa do incumprimento no défice de 2015, já que o país passou por “um esforço que foi dos maiores”.

Separando o que é a situação presente e futura, Passos Coelho sublinhou que “é prematuro” falar agora da execução orçamental de 2016, antes do final do ano. Frisando a sua divergência em relação às políticas adoptadas pelo Governo do PS liderado por António Costa, considerou que espera que “o Governo faça aquilo que se espera” e que “as contas possam bater certo”, defendendo que “há um desafio muito grande”, já que “as opções que foram feitas” pelo actual executivo contêm “riscos elevados”.

Passos Coelho fez questão de elogiar a actuação do comissário Carlos Moedas, que foi seu colaborador directo no Governo, “pela acção muito positiva” e por ser “notório” que ele “jogou um papel importante” neste processo.

Já sobre a existência de um clima de crise política em Portugal, o líder do principal partido da oposição, o PSD, citou o Presidente da República para dizer que este era “um tema evaporado” e insistiu que “compete ao Governo cumprir o Orçamento do Estado”, acrescentando que “o PSD está na oposição” e que só haverá crise política “se houver na maioria” parlamentar que suporta o executivo.

Refira-se que ainda no sábado passado, na Festa de Chão de Lagoa, na Madeira, Passos afirmou: “Não é por causa do que fizemos no passado que se fala em sanções. É porque muitos governos na Europa têm dúvidas sobre aquilo que se está a passar em Portugal.” E criticou o Governo de António Costa: “Em vez de fazer o que era preciso, ameaça que vai pôr a Comissão Europeia em tribunal.”

Já sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, Passos Coelho disse esperar que esta não entre no défice. “Espero, honestamente, que possa ser poupada essa medida na contabilização do défice português embora saibamos que ela irá sempre na dívida, porque se o Estado meter lá mais dinheiro, terá de contrair dívida”, defendeu, lembrando que em 2012 quando o seu Governo recapitalizou a CGD ela “foi a défice". Mas defendeu que, se agora “a Comissão Europeia, hoje, tiver um entendimento diferente, deverá justificá-lo”.

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