Vhils faz arte explosiva em Cascais

Com uma nova técnica que passa pelo uso de explosivos, o artista esculpiu a cara de um pescador no Bairro dos Museus.

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O nome Vhils já é uma marca internacional e se a sua assinatura atrai aficcionados da arte urbana, o seu traço tornou-se tão conhecido que dispensa apresentações. Conhecido pelas suas intervenções em paredes de prédios através de camadas, o artista chega agora com uma nova técnica: Explosão vertical. O nome revela tudo o que é preciso para compreender esta nova forma de fazer nascer a arte de Vhils e foi o método escolhido para dar vida ao retrato do velho pescador que a partir desta quinta-feira pode ser encontrado em frente ao Centro Cultural de Cascais.

"Foi escavado um buraco com as dimensões que estão agora na estátua e colocámos os explosivos na placa, que já estava danificada onde queríamos desenhar os traços", explica. Apesar de se assemelhar às intervenções que faz em paredes, "nunca tinha aplicado o processo na vertical". A obra insere-se numa campanha do novo carro da Seat mas o objectivo era "deixar a obra de forma permanente para a cidade", justifica. "O mais importante era deixar uma marca que deixasse o que é muitas vezes invisível, visível", sublinha.

O retrato não foi escolhido por acaso. A cara do velho pescador esculpido por Vhils é a reprodução de uma fotografia de arquivo com mais de meio século, seleccionada pelos artistas. Com um gorro e de cachimbo na boca, representa a comunidade de pescadores que dá história ao Bairro dos Museus, em Cascais. "Era o que tinha as características mais fortes e um dos primeiros registos de pescadores em Cascais a constar no arquivo", justifica o artista. A obra, que tem cerca de quatro toneladas, demorou cerca de oito meses a ficar completa e as imagens do processo foram captadas para o novo vídeo promocional da marca automóvel. Presente na inauguração esteve o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais.

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