Militares turcos que fugiram para a Grécia condenados a dois meses de prisão

Oficiais ficam à espera que seja apreciado o seu pedido de asilo político, depois de terem fugido na noite do golpe de Estado.

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Um dos militares, ao ser transportado para o tribunal na Grécia SAKIS MITROLIDIS/AFP

Os oito militares turcos que fugiram para a Grécia no sábado num helicóptero, após o golpe de estado falhado, foram condenados esta quinta-feira por um tribunal grego a dois meses de prisão, em pena suspensa, por “entrada ilegal” no país, num delicado contexto diplomático.

Os oficiais, entre os quais cinco pilotos, ficarão no entanto detidos devido “à falta de documentos de identidade”, e até ser apreciado o seu pedido de asilo político na Grécia, disse um dos seus advogados à AFP, Vassiliki-Ilia Marinaki.

Os militares estavam já em detenção provisória depois de terem chegado ilegalmente à Grécia, aterrando no aeroporto de de Alexandrópolis, no Nordeste da Grécia, no sábado de manhã. O crime de “entrada ilegal” tem uma pena máxima de cinco anos de prisão. O juiz-presidente levou em conta as circunstâncias atenuantes evocadas pelo procurador, prevendo uma redução da pena em caso de “ameaça séria para a vida”, explicou o advogado.

Os oito negaram ter participado no golpe de sexta-feira, mas disseram ter "tido medo”, por estarem a ser feitas “prisões em massa de militares”. Pedem desculpa ao povo grego “pelo incómodo”, e pedem ajuda a organizações de defesa dos direitos humanos para se defenderem.

“Pensámos ir para a Bulgária, a Roménia ou a Grécia, países vizinhos. Escolhemos a Grécia, onde nos sentimos mais em segurança”, declarou um deles. A sua unidade é em Istambul, e estavam a transferir feridos, explicam. Mas, na segunda viagem, dispararam sobre o seu helicóptero. Decidiram “pedir emprestado” um dos aparelhos e voaram até um bosque perto de Istambul. Com os seus telemóveis, viram imagens do que estava a acontecer, e decidiram fugir, contaram.

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