Rebuliço leva música e arte urbana a oito aldeias de Montemor-o-Velho

Primeira edição do festival que quer atrair público da zona Centro realiza-se no próximo fim de semana.

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Nelson Garrido

Durante o próximo fim-de-semana, a edição piloto do Festival Rebuliço vai passar pela União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca, no concelho de Montemor-o-Velho. De 22 a 24 de Julho, música, arte urbana, performance e outras actividades vão percorrer oito aldeias da União de Freguesias.

Pelos 10 concertos distribuídos por cinco palcos vão passar representantes de várias vagas da música portuguesa, como Manuel Freire, Sampladélicos ou Tranglomango. O cartaz inclui também artistas locais, numa iniciativa cuja estratégia assenta na promoção da descentralização como forma de “contrariar o êxodo rural”.

Com pouco mais de cinco mil euros de orçamento, o Festival é uma iniciativa da Junta de Freguesia, mas que envolve “praticamente todas as organizações a União de Freguesias”, explica ao PÚBLICO Daniel Nunes, da organização. A grande fatia do orçamento, cinco mil euros, foi disponibilizada pela junta, sendo que as contribuições dos patrocinadores não chegam aos quatro dígitos.

Se o público alvo começa por ser a população local, a organização quer também atrair público da zona Centro, por este “ser um festival com características diferentes de todos os outros, considera. O município de Montemor-o-Velho fica a meia hora de carro de Coimbra.

A ideia de base para a realização da iniciativa partiu de um encontro de arte urbana, o Lata 65, um workshop desta área dirigido à população idosa, mas também de outros encontros sobre cultura e património, conta o também tesoureiro da junta de freguesia. Depois, decidiu-se “avançar com uma estrutura diferente”, concentrando as actividades num fim de semana. Assim, música, arte urbana, património e comunidade acabam por ser as vertentes que orientam a programação do Festival com conta também com uma equipa de voluntários.

Mas um dos objectivos da organização é que as marcas da passagem do Rebuliço pelas oito aldeias perdure para além dos três dias de festival. Vai ser criado um circuito de arte urbana que  organização apresenta como “o primeiro em contexto rural”. Uma “galeria, única e permanente a céu aberto” e que “poderá ser visitada todo o ano”.

Para a criação do circuito foram convidados três artistas portugueses. As intervenções vão desde uma reinterpretação da azulejaria portuguesa com “novas personagens e formas” à alteração dos tipos de letra das tradicionais placas de “bem-vindo” situadas à entrada de cada localidade, integrando elementos de cada comunidade, explica Daniel Nunes.

O sendo a primeira edição do Rebuliço, o responsável antecipa que funcione como uma “experiência piloto”, sendo que, do balanço final, se tentará perceber com os parceiros se vale a pena repetir e em que moldes.

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