Candidatura de Cristas a Lisboa volta a ganhar força

Líder do CDS agrada a alguns sociais-democratas, mas o PSD ainda digere negativa de Santana Lopes.

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Desde o congresso do CDS-PP de Março que se discute se Cristas será candidata à Câmara de Lisboa Guilherme Marques

Sem a sombra de Pedro Santana Lopes na corrida à Câmara de Lisboa pelo PSD, o nome de Assunção Cristas volta a ganhar força no CDS-PP para a disputa eleitoral de 2017 na capital. Apesar de a líder dos centristas agradar a alguns sectores sociais-democratas, o PSD ainda está a digerir a resposta negativa do seu ex-líder ao convite para se candidatar a Lisboa.

A hipótese de Assunção Cristas se candidatar em Lisboa pelo CDS-PP volta a estar em cima da mesa, depois de Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ter respondido ao líder do PSD que “neste tempo” não podia “aceitar convites para ser candidato a outros cargos”.

Assunção Cristas mantém o que disse no congresso do partido em Março: quer uma candidatura “forte, ambiciosa e mobilizadora” para a capital. Uma posição que foi entendida - e noticiada pelo Expresso - como a da sua própria candidatura. Desde então outros nomes estiveram a ser ponderados pelo partido - como o do ex-secretário de Estado Adolfo Mesquita Nunes –, mas a hipótese alternativa foi perdendo força.

A possibilidade de Assunção Cristas ser a candidata continua viva até porque o seu nome aparece bem colocado nas sondagens dos sociais-democratas. Isso está a ser visto como um trunfo para parte do PSD, que acabou de perder o nome que via como um candidato forte para disputar a cãmara taco a taco com o actual presidente socialista, Fernando Medina. João Gonçalves Pereira, vereador e líder da distrital do CDS Lisboa, eleito na passada quinta-feira, disse ao Expresso que Cristas “é o melhor activo que o CDS tem para Lisboa”.

Caso viesse a concorrer e a ser eleita, a líder do CDS-PP teria mais visibilidade como o rosto de oposição a António Costa. E isso é um ponto a favor do partido. 

Só que uma eventual candidatura de Cristas tem de ser ponderada com as suas funções de liderança no partido e com a possibilidade de haver eleições legislativas antecipadas. E aí há quem não veja com bons olhos a líder do CDS – e candidata a primeira-ministra – comprometer-se com as autárquicas de Lisboa. Ao que o PÚBLICO apurou, ainda nenhuma decisão foi tomada.

O PSD não pode, pelo menos para já, contar com Santana Lopes. A resposta do antigo primeiro-ministro surpreendeu, está a ser entendida como não sendo totalmente definitiva e como uma forma de aliviar a pressão que recaía sobre si. A indisponibilidade para ser candidato à Câmara de Lisboa foi revelada dias antes do Conselho Nacional do PSD – marcado para esta quarta-feira - que deverá aprovar o calendário autárquico: apresentações oficiais só depois de Outubro e nunca depois de Março de 2017. Só que entre os sociais-democratas há a convicção de que para ganhar Lisboa o candidato do PSD não pode aparecer só no primeiro trimestre do próximo ano. Já o calendário de Santana Lopes parece ser outro.

Contactado pelo PÚBLICO, o coordenador da comissão autárquica, Carlos Carreiras, mantém que este “não é o tempo” para discutir nomes, mas sim “projectos e estratégias” para as autarquias em todo o país. 

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