SpaceX leva novo cais de atracagem para a estação espacial

Missão partiu na madrugada desta segunda-feira.

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Descolagem do foguetão Falcon-9 com a nave Dragon BRUCE WEAVER/AFP

Na madrugada desta segunda-feira, um foguetão da empresa SpaceX descolou da Base da Força Aérea de Cabo Canaveral (na Florida, EUA), deixou no espaço uma nave de carga rumo à Estação Espacial Internacional e depois deu meia volta e aterrou perto do local de onde tinha partido um pouco antes.

No topo do nariz do foguetão Falcon-9 – construído e operado pela empresa californiana Space Exploration Technologies, ou SpaceX, de Elon Musk, fundador da Tesla Motors – estava a nave Dragon não tripulada.

O primeiro andar do foguetão Falcon-9 separou-se do resto do aparelho ao fim de cerca de 2,5 minutos de voo e regressou sozinho até ao solo. Aterrou a poucos quilómetros do local da partida. “Boa descolagem, boa aterragem, a Dragon está a caminho”, dizia o comentador da NASA sobre a missão, George Diller.

Já a Dragon separou-se ao fim de dez minutos de voo do segundo andar do foguetão, para seguir uma viagem de dois dias até à estação espacial, onde chegará na quarta-feira. Leva 2268 quilos de comida, mantimentos e equipamentos, incluindo uma máquina de sequenciação de ADN em miniatura, a primeira a voar para o espaço. A bordo da Dragon está também um dos dois cais de atracagem (com 2,4 metros de diâmetro), que vão ser ligados à Estação Espacial Internacional, em órbita da Terra a cerca de 400 quilómetros de altitude, permitindo o transporte de astronautas em naves privadas, actualmente em desenvolvimento pela SpaceX e pela Boeing.

A SpaceX já tinha tentado levar um dos cais de atracagem para a estação, mas o equipamento foi destruído num acidente com um dos foguetões da empresa no ano passado. O segundo cais deverá agora ser entregue na estação em 2017, segundo a agência espacial norte-americana NASA.  

Construídos pela Boeing, os dois cais permitirão que os futuros “táxis” espaciais privados atraquem na estação espacial. Desde que a NASA reformou a sua frota de vaivéns há cinco anos, os Estados Unidos ficaram dependentes da Rússia para levar e trazer astronautas da estação espacial, a um custo de mais 70 milhões de dólares (63,2 milhões de euros) por pessoa. Os voos tripulados da nave Dragon estão programados para o próximo ano.

A SpaceX está a desenvolver foguetões que podem ser recuperados e reutilizados, o que deverá irá reduzir os custos de lançamento. Com a aterragem desta segunda-feira, a SpaceX já conseguiu trazer de volta à Terra com sucesso foguetões Falcon - dois aterraram no solo e três (entre quatro tentativas) numa plataforma no oceano Atlântico. Já neste Outono, a SpaceX tenciona lançar no espaço um desses foguetões que recuperou, avançou Hans Koenigsmann, vice-presidente da empresa para a segurança das missões.

Quanto à missão em curso, a Dragon deixará a estação espacial a 29 de Agosto, trazendo para a Terra 580 quilos de amostras de experiências científicas efectuadas em microgravidade, bem como resíduos e outros materiais usados. Esta é a nona missão da SpaceX para a NASA, entre 20 previstas no quadro de um contrato de 1600 milhões de dólares (cerca de 1440 milhões de euros) com a agência espacial dos Estados unidos.

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