Crédito à habitação supera os dois mil milhões até Maio

Empréstimos às empresas aceleram 26,2% face a Abril.

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Bancos voltam a acelerar na concessão de empréstimos à habitação Pedro Vilela

O crédito à habitação concedido nos primeiros cinco meses ascendeu a 2112 milhões de euros, um crescimento de 63% face a igual período do ano passado, revelam dados do Banco de Portugal (BdP), publicados nesta terça-feira.

A aceleração na concessão de empréstimos para compra de casa é patente no valor de Maio, que ascendeu a 497 milhões de euros, mais 100 milhões de euros que no mês anterior e o valor mais alto desde Maio de 2011, quando se iniciou o programa de resgate financeiro.

A taxa de juro média do crédito à habitação situou-se em 2,92% (TAEG), em queda face aos 2,98% de Abril e um recuo de 27% face aos 3,52% de Maio do ano passado.

Incluindo o crédito ao consumo e outros fins, os novos empréstimos concedido às famílias totalizaram 985 milhões de euros em Maio.

Em aceleração ainda o crédito às empresas, que totalizou 3046 milhões de euros, mais 26,2 % que no mês anterior.

Em ligeira subida está também o crédito malparado, que totalizou 18,3 mil milhões de euros em Maio, contra 18,1 mil milhões de euros no mês anterior, uma tendência que se mantém desde o início do ano. Nas famílias, os mais de cinco mil milhões de euros repartem-se por crédito ao consumo e habitação

O grosso do crédito de cobrança duvidosa pertence às empresas, superando os 13 mil milhões de euros. Nos particulares, e no total de mais de cinco mil milhões de euros, o crédito à habitação malparado representa 2,56 mil milhões de euros.

Os depósitos de particulares nos bancos residentes registaram uma descida de 145 milhões de euros em Maio face a Abril, para um total de 139,4 mil milhões de euros.

O aumento do crédito é uma das razões que está na base da subida de transacções e dos preços das casas em Portugal, que ainda assim continuam a ser dos mais baixos da Europa.

No primeiro trimestre, o preço das casas registou um aumento de 6,9% face a igual período do ano passado, uma informação que já tinha sido revelada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este crescimento foi mais do dobro do crescimento médio na zona euro, que se ficou em 3%, de acordo com dados do Eurostat divulgados nesta terça-feira.

No primeiro trimestre, e ainda de acordo com dados do INE, foram transaccionados um total de 29.464 alojamentos, o número mais alto desde 2010. As compras por parte de investidores estrangeiros assume uma fatia importante, não apenas por causa dos vistos gold, e o impacto do "Brexit" pode ajudar.

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