Portugal perde um representante no maior ranking mundial de universidades

Algarve caiu da lista e metade das seis instituições nacionais que se mantêm entre as primeiras 1000 piorou o seu desempenho. Entrada de novos países na lista ajuda a explicar descida das instituições nacionais.

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A DGES poderá autorizar mais vagas em situações particulares Rui Gaudêncio

Não traz boas notícias para o ensino superior português o novo ranking do Centro para os Rankings Universitários Mundiais (CWUR, na sigla internacional), que é publicado esta segunda-feira. Portugal perde um representante na maior lista deste género, com 1000 instituições, e, entre as seis universidades que continuam cotadas, metade tem um pior desempenho do que há um ano. A entrada de um número cada vez mais elevado de instituições de países emergentes ajuda a explicar este resultado.

Nos últimos dois anos, Portugal teve sete universidades no ranking do CWUR, mas, desta feita, a Universidade do Algarve que, na lista de 2015, já estava na 996ª posição, não conseguiu manter-se entre as 1000 principais instituições de ensino superior do mundo. As seis instituições que se mantêm são aquelas que habitualmente estão melhor colocadas nos rankings internacionais, sendo a melhor colocada a Universidade de Lisboa, que surge na posição 275, descendo 18 lugares em relação ao ano passado.

Além da maior universidade nacional, há outras duas instituições que pioram o seu desempenho neste ranking face ao ano anterior. A Universidade do Porto, segunda melhor representante nacional, cai de 308ª para 331ª, ao passo que a Universidade de Aveiro baixa do lugar 557 para o 585. Em sentido contrário, há três universidades que têm no ranking de 2016 um melhor desempenho. A Universidade de Coimbra entra na primeira metade da tabela, passando da posição 507 para a 481. As universidades Nova de Lisboa e do Minho sobem mais de 30 lugares na lista passando, respectivamente, de 612º para 581º e de 629º para 595º.

Entrada da novos países prejudica instituições nacionais

No ranking da CWUR deste ano figuram representantes de 60 países, o que constituiu um novo record. A entrada de novos países ajuda a explicar a descida das instituições nacionais, juntamente com o cada vez maior contingente de universidades dos países emergentes. Os EUA continuam a ter o maior número de representantes (224), mas há países como a China (90 instituições), Taiwan (21), Brasil (17) ou Índia (16) que aumentam a sua importância nesta lista.

A nível global não se registam mexidas nos primeiros lugares do ranking CWUR, que continua a ser liderado pela Universidade de Harvard. Há mais duas instituições norte-americanas no pódio, Stanford e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Aliás, entre as dez primeiras instituições há apenas duas que não são dos EUA, as britânicas universidades de Cambridge e Oxford, que aparecem no 4º e 5º lugares, respectivamente.

O CWUR é uma instituição com sede na Arábia Saudita que publica este ranking desde 2012. A lista mede “a qualidade da educação e formação que é dada aos estudantes, o prestígio dos membros das faculdades e a qualidade da investigação que fazem”, explica o seu presidente, Nadim Mahassen, numa nota de imprensa. São tidos em conta oito critérios, com destaque para o número de ex-alunos ou professores que recebem grandes prémios internacionais ou medalhas, bem como o número de antigos alunos que chegam a CEO em grandes empresas, critérios que pesam 25% para a classificação final de cada universidade. Em menor grau (5% cada) são ainda valorizados a quantidade de artigos científicos publicados em revistas influentes, o número de trabalhos científicos citados por outros investigadores e as patentes registadas pelas universidades. O ranking completo está disponível em cwur.org/2016.

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