O erro que deu “mil Saddams” ao mundo

Não se estranha a forma dura como a comissão que investigou a participação britânica na guerra do Iraque fez do seu relatório um libelo contra Tony Blair. A pretexto de que seria pior os EUA de W. Bush embarcarem sozinhos nessa aventura bélica, Blair não só se juntou a eles como papagueou “certezas” que nunca teve. O resultado viu-se na época, não foi preciso esperar muito tempo. Mas hoje, à distância de uns terríveis treze anos, podemos ver mais além. Não só a invasão foi injustificada, como a actuação dos EUA e do Reino Unido no Iraque após o derrube de Saddam foi a todos os títulos desastrosa. Khadim, o iraquiano que odiava Saddam e deu em 2003 o primeiro golpe na estátua do ditador derrubada em Bagdad, diz hoje de forma lapidar à BBC: “Saddam foi-se, mas agora temos mil Saddams.” Bush imaginava um “efeito dominó” de democracias, mas foi o contrário disso que ele (ajudado por Blair) legou ao mundo.

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