Charles Aznavour actua em Lisboa a 10 de Dezembro

Cantor e actor francês regressa a Portugal para apresentar o seu disco mais recente, Encores.

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Charles Aznavour já actuou em Lisboa em 2008 Daniel Rocha

O cantor francês Charles Aznavour, intérprete de êxitos como La bohème, e que compôs para Amália Rodrigues Aïe mourrir pour toi, actua no dia 10 de Dezembro em Lisboa.

Aznavour, de 92 anos, fará um concerto na Meo Arena, no âmbito de uma digressão que este ano já o levou a 11 palcos em todo o mundo, de Amesterdão, na Holanda, a Tóquio e Osaka, no Japão, passando por Bucareste, Praga, Dubai ou Barcelona, e que prevê ainda a passagem por cidades como Verona, Marbella e Antuérpia, antes de Lisboa.

O cantor, actor e compositor francês de origem arménia, apontado pela imprensa como "uma lenda viva da chanson française", editou, no ano passado, o álbum Encores, composto por inéditos de sua autoria, entre os quais uma homenagem a Edith Piaf e uma recriação de Nina Simone, tendo actuado, na altura, em Paris, Londres, Bruxelas e São Petersburgo, entre outras cidades.

Todas as canções do novo álbum, à excepção de You've got to learn, foram escritas e compostas por Aznavour, que fez também os arranjos para a sua voz, sendo a orquestração de Jean-Pascal Beintus.

Charles Aznavour já actuou em Portugal, em 2008, ano em que recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores. Um ano antes, tinha gravado com a cabo-verdiana Mayra Andrade a canção Je danse avec l'amour.

Com uma carreira com cerca de 70 anos, como cantor, actor e compositor, Aznavour escreveu mais de mil canções em francês, inglês, italiano, espanhol e alemão; vendeu mais de 100 milhões de discos; e partilhou o palco com cantores como Edith Piaf, Charles Trenet, Dalida e Yves Montand, entre muitos outros.

"Poucos são os franceses referenciados como influência por artistas tão díspares como Frank Sinatra ou Fred Astaire, Sting ou Elvis Costello, Bob Dylan ou Dr. Dré, o magnata do hip hop que 'samplou' um tema de Aznavour de 1966, Parce que tu crois, para um dos maiores sucessos do seu álbum 2001, o tema What's the difference, que, em 1999, revelou também duas futuras superestrelas do rap norte-americano, Xzibit e Eminem", afirma a produtora do espectáculo em comunicado enviado à Lusa.

Bryan Ferry, Elton John, Carole King, Paul Anka, Frank Sinatra, Dean Martin, Sting, Marc Almond, Herbert Gronemeyer, Simone de Oliveira e Laura Pausini são alguns dos artistas não-franceses que gravaram temas de Aznavour. A versão em inglês da canção Tous les visages du monde (1974), She, por Elvis Costello, alcançou o 1.º lugar do top do Reino Unido "três vezes mais depressa do que a gravada por Costello para a banda-sonora do filme Notting Hill", realça a mesma fonte.

Em 1998, Aznavour foi eleito "Entertainer of the century" pelos consumidores de marcas globais de media como a CNN e a Time Online, somando 18% das preferências mundiais e superando Bob Dylan e Elvis Presley, refere a produtora do espectáculo.

De origem arménia, o músico fundou a organização não-governamental Aznavour For Arménia, como resposta ao terramoto naquele país, em 1988. Tanto em França, onde apoiou Jacques Chirac contra Jean-Marie le Pen, nas presidenciais de 2002, como no Parlamento Europeu, Aznavour "participou em várias iniciativas em defesa dos direitos dos artistas e da lei dos direitos de autor". E em 1997 a França reconheceu o papel do músico na história da canção francesa, distinguindo-o com o grau de Oficial da Legião de Honra.

Em Abril último, com o actor George Clooney, o Presidente da Arménia e o papa, Charles Aznavour, baptizado Shahnour Varinag Aznavourian, esteve presente numa cerimónia no Memorial do Genocídio Arménio na colina de Tsitsernakaberd, em Erevan.

Aznavour é embaixador permanente da UNESCO, e o Estado da Arménia concedeu-lhe, em 2008, a nacionalidade arménia. Anteriormente, o cantor tinha recebido a Ordem da Pátria, a mais alta condecoração da antiga república soviética e uma das praças da capital, Yerevan, tem o seu nome. 

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