Actores de A Guerra dos Tronos visitam campos de refugiados

Lena Headey, Maisie Williams e Liam Cunningham estiveram nos campos de refugiados da Grécia com o Comité Internacional de Salvamento.

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Liam Cunningham, Maisie Williams e Lena Headey no campo de refugiados de Diavata Tara Todras-Whitehill/IRC

Após o final da sexta temporada de A Guerra dos Tronos, os actores Maisie Williams, Lena Headey e Liam Cunningham visitaram alguns campos de refugiados na Grécia e apelaram aos líderes europeus por uma maior ajuda aos migrantes sírios, pedindo que se reconsiderasse o acordo feito com a Turquia em Março. O acordo determina uma troca de um por um, em que por cada migrante que chegue à Turquia e seja enviado de volta pelo mar Egeu, um sírio na Turquia será acolhido pela Europa. Os refugiados que cheguem à Grécia deverão passar por uma entrevista individual para determinar se terão ou não asilo e estatuto de refugiados.

Durante a visita, os três actores conheceram a realidade dos 57 mil refugiados acompanhados do Comité Internacional de Salvamento, uma organização não governamental com sede em Nova Iorque que formou, recentemente, uma parceria com a série na campanha “O salvamento não tem fronteiras”, que pretende sensibilizar para a existência de milhões de migrantes despojados das suas casas em todo o mundo.

Lena Headey, que interpreta Cersei Lannister, passou algum tempo a sós com uma mulher síria e os seus três filhos e disse, durante a visita: “Estas pessoas inteligentes e trabalhadoras querem ir para casa, querem continuar a universidade e estão presas. E estão muito tristes, compreensivelmente. Precisamos de fazer mais por elas.”

Já Maisie Williams, a Arya Stark da série, conheceu um jovem aspirante a actor em Cherso, no norte da Grécia, e salientou a preocupação com o futuro das crianças refugiadas. “Têm tanto potencial, tantos sonhos e esperanças. Onde está a humanidade que acha aceitável deixá-los definhar em campos de refugiados - na Europa?”.

O medo sentido por pais sírios e afegãos foi o que mais tocou Liam Cunningham, que referiu que esta é uma “crise provocada pelo Homem e não um furacão ou uma onda gigante”, novamente chamando a atenção dos governos europeus. “É este o padrão que os líderes europeus querem definir como forma de resposta à crise global de refugiados?”, perguntou.

O director do Comité Internacional de Salvamento para a Grécia, Panos Navrozidis, afirmou que “a verdade é que há opções para as famílias que Lena, Maisie e Liam conheceram na Grécia. Não há nada que justifique que 57 mil pessoas tenham que pôr as suas vidas em pausa.”

Segundo números divulgados pelo governo grego esta quarta-feira, a ilha de Lesbos alberga actualmente 3300 refugiados. Dados que não deixam os actores de A Guerra dos Tronos indiferentes. “Agora sentimos que é também nossa responsabilidade pegar nas histórias deles e mudar a percepção das pessoas”, conclui Maisie Williams.

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