Preocupada com glifosato, associação Zero quer agricultura mais biológica

Uso do herbicida na União Europeia prolongado até Dezembro de 2017.

Portugal deve adoptar medidas para incrementar uma agricultura mais amiga da saúde e do ambiente, defende a associação ambientalista Zero, que quer “a proibição imediata” da utilização de herbicidas em espaços públicos e vias de comunicação.

De acordo com a associação, em comunicado divulgado esta quarta-feira, a agricultura portuguesa deve adaptar-se nos próximos 18 meses, o mesmo tempo que a Comissão Europeia autorizou para o uso de glifosato.

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira a renovação da licença para a utilização do herbicida glifosato, até final de 2017, no máximo, prazo em que a agência europeia de produtos químicos (Echa) tem para dar um parecer. A decisão de Bruxelas de autorizar, até, no máximo, o final do próximo ano, o uso do glifosato, resulta da falta de uma decisão, por maioria qualificada, entre os 28 Estados-membros, sobre o uso do herbicida na União Europeia.

Comentando a decisão de Bruxelas, a associação afirma-se preocupada com a extensão do prazo, e defende que o Governo português deve “adoptar de imediato um pacote de medidas” para uma adaptação progressiva da agricultura, “aproveitando os trabalhos em curso que visam a elaboração da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica”.

Para a Zero, o Governo deve executar também um plano de acção para a produção e promoção de produtos biológicos. A agricultura biológica, diz-se no comunicado, representa apenas 6% da superfície agrícola utilizada.

Na altura da discussão do Orçamento do Estado para 2016, a associação já tinha defendido a alteração do IVA para os pesticidas em comercialização, dos actuais 6% para 23%.

A Comissão Europeia propôs ainda aos Estados-membros que restrinjam as condições de uso do glifosato na União Europeia, incluindo a proibição do uso de taloamina, que potencia o efeito do herbicida, nos subprodutos, o reforço do controlo do uso antes das colheitas e ainda minimizar a utilização em áreas específicas, como parques públicos e parques infantis.

Em Portugal, uma petição a favor da proibição do herbicida já reuniu 15 mil assinaturas.

 

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