Se é para sonhar, então desejemos o infinito

Lá nos aguentámos! Até sabe bem, não? Um golo quase no final do prolongamento... Quer dizer, um último exame e vamos todos de férias (e por "todos" quero dizer vocês, entusiasmados e eternamente motivados, alunos do 11.º ano e pessoal de melhoria de nota, porque eu já estou de férias!). Às vezes esqueço-me que não me pediram para escrever sobre futebol. Mas já que estamos ainda muito quentes do jogo de sábado deixem-me fazer-vos uma pergunta: não sentiram que a partida parecia uma alegoria a todo o secundário? Com testes e exames e trabalhos orais sempre a tentarem penetrar sobre a nossa defesa e nós a aguentarmos sólidos e possantes a média. A esforçarmo-nos por não adormecer numa aula sobre a Primeira República a seguir a uma noitada de estudo interminável e, mesmo assim, zero a zero! Até que, quando já estávamos a ver isto muito difícil, surge um golo à portuguesa, que me fez lembrar bastante os meus trabalhos de grupo de Geografia, era sempre tudo até à última...

Do secundário trago comigo memórias inabaláveis que me ajudarão a abrir as asas e me darão abrigo nas noites mais turbulentas. Aprendi o valor da nossa palavra e o impacto que uma acção pode ter. Ri muito, mais do que devia, mas também tremi incomensuravelmente.

A todos os alunos que acham que não vão a lado nenhum porque têm notas abaixo da média, a todos os artistas que duvidam constantemente da sua escolha, a todos os sonhadores, não desistam, nunca! Vocês são aqueles que quebrarão as rotinas, que estabelecerão novos ritmos, novos estilos! Vocês serão os novos líderes, os novos cabeças de cartaz! Vocês, a cada dia que passa, desenham na pele o que é ser português! Eu sei que vivemos num tempo em que o desemprego é o nosso "bicho papão", mas se é para sonhar, então desejemos o infinito!

Fechamos o capítulo como começámos, calorosamente ansiando pelo próximo. Foi uma aventura e pêras! Agora é tempo de mudar, de pensar muito mais antes de agir, de agarrar as oportunidades com unhas e dentes e nunca largar até aterrarmos no nosso destino. É tempo de prestar mais atenção, de reconhecer uma firme e resistente amizade e não a deixar chegar a casa sem um solene e majestoso abraço. É tempo de perceber que tudo muda e, se não empunharmos o remo, o barco continuará à deriva no mar revolto. É tempo de fitarmos o futuro nos olhos e de cabeça erguida. É tempo de sentirmos com mais força, beijarmos com mais paixão! É tempo de vivermos mais!

Aluno do 12.º ano na Escola Secundária Rainha Dona Amélia, Lisboa

 

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