Alunos satisfeitos com Biologia e Geologia, professores mais cautelosos

O exame que é exigido como prova de ingresso para os cursos da área da Saúde e que, por isso, figura como o segundo mais concorrido já está para trás. Nesta quinta-feira será a vez da prova papão, Matemática A.

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Foram 251 os alunos que fizeram o exame na Escola Secundária Eça de Queirós, a Póvoa de Varzim Paulo Pimenta

Saíram satisfeitos do exame de Biologia e Geologia do 11.º ano, realizado nesta quarta-feira, por ter sido “mais fácil” do que no ano passado, quando a média a esta disciplina voltou a terreno negativo (8,9 de média), e as perguntas corresponderem ao que abordaram nas aulas. Mas as professoras da disciplina na Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, mostravam-se mais cautelosas. “Houve um ligeiro aumento do grau de dificuldade”, alertou Emília Subida.

A prova de Biologia e Geologia é a segunda mais concorrida dos exames nacionais. Este ano estavam inscritos para realizá-la cerca de 52 mil alunos. Compareceram 48.408. Em 2015 inscreveram-se cerca de 49.500, mas 8% destes faltaram à prova.

O exame de Biologia e Geologia é um dos que serve de prova de ingresso para os cursos da área da Saúde, daí a sua popularidade. Mas ao longo dos anos tem sido, em conjunto com Física e Química A, um dos que acumulou mais resultados negativos, levando mesmo a uma intervenção do Instituto de Avaliação Educativa (Iave) com vista a tornar mais adequados tanto os critérios de classificação, como a distribuição de resultados por itens.

Critérios de correcção do exame de Biologia e Geologia do 11.º ano

Em parte devido a esta operação, a média dos alunos internos (os que frequentam as aulas até ao fim) subiu em 2014 para 11 numa escala de 0 a 20, igualando o resultado alcançado em 2011. Em 2013 e 2015 as médias voltaram a ser negativas, com resultados que oscilaram entre 8,4 e 8,9.

A Associação de Professores de Biologia e Geologia alertou, por várias vezes, para a redução do número de itens mais acessíveis, “o que tornou as provas de mais difícil resolução, comprometendo o equilíbrio entre as avaliações interna e externa e até a aprovação na disciplina”. Por exemplo, em 2012, registou-se uma taxa de reprovações de 20% na 2.ª fase do exame.

Na Escola Secundária Eça de Queirós, muitos dos alunos realizaram esta prova pela segunda vez, com o objectivo de “subir a média” e entrar no curso que desejam. No entanto, dos 251 alunos que fizeram o exame naquela escola foram poucos os que não aproveitaram a meia hora de tolerância.

Apesar dos textos curtos, “que facilitaram a leitura, mais rápida, pelos alunos”, a prova teve “alguns aspectos em que era necessário analisar com atenção” e que se prenderam com a “interpretação dos textos e do próprio enunciado da questão”, afirma a professora Maria José Frutuoso, acrescentando, a propósito, que “muitas das vezes, os alunos têm uma maturidade que ainda é insuficiente e que não lhes permite fazer algumas correlações entre questões”.

A última pergunta do último grupo foi a pedra no sapato dos estudantes. “O mais complicado eram as respostas mais extensas, principalmente a última”, ouvia-se numa conversa de um grupo de alunos do 11.º ano. Mas a professora Emília Subida contrapõe: “Eles tinham obrigação de chegar lá.”

Nesta quinta-feira será a vez de um dos exames mais temidos pelos estudantes, o de Matemática A, para o qual estão inscritos cerca de 49 mil. O exame de Matemática A é também um dos exigidos para os cursos da área da Saúde e ainda para as Engenharias, cujo número de candidatos tem estado em queda, em grande parte devido aos maus resultados nos exames nacionais.

Não foi este o caso em 2015, com os alunos internos a registarem uma das melhores médias dos últimos 20 anos. O resultado subiu para 12 valores quando, em 2014, se ficara por 9,2.

Nesta quarta-feira realizaram-se também os exames de Economia A, realizado por 11.324 alunos, e as provas de Alemão, Espanhol, Francês e Inglês, com um total de 11.591 participações. Inglês é o mais procurado deste lote (6202), enquanto o Alemão está na posição oposta (1080).

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