Open House Porto apostou na inclusão e triplicou o número de visitantes

A elevada afluência, a rondar os 30 mil visitantes, superou as expectativas da organização. O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões foi o edifício mais visitado, registando 14 mil entradas.

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Paulo Pimenta
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A organização do segundo Open House Porto tinha definido à partida que a meta para o sucesso passava por igualar os números da edição do ano passado. Aumentou o número de espaços a visitar, apostou na inclusão de uma fatia mais alargada da população, introduzindo a possibilidade de visitas acompanhadas para o público com dificuldades de audição, visão e mobilidade e acabou por superar, em larga escala, o número de visitantes que tinha projectado. Durante o último fim-de-semana, foram registadas cerca de 30 mil visitas aos edifícios distribuídos entre Porto, Gaia e Matosinhos, superando as 11 mil esperadas.

A elevada afluência de público é o primeiro de três pontos fundamentais, para o “êxito” da edição deste ano, referidos pelo director da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio, que organiza o evento em conjunto com a Trienal de Arquitectura de Lisboa, em parceria com a Câmara do Porto, e em colaboração com as autarquias de Gaia e Matosinhos. O segundo ponto prende-se com o alargamento a novos públicos que, de acordo com Nuno Sampaio, “abre uma porta” para que se possa trilhar um caminho em direcção ao que considera ser um projecto de “arquitectura de inclusão”. Este conceito passa por incluir no roteiro cultural local franjas da população “que normalmente ficam de fora deste tipo de eventos”. Envolvimento este que diz ter sido desencadeado a partir do momento em que visitas a bairros como o do Lagarteiro ou de Lordelo do Ouro, no Porto, ou ao bairro da Seara, em Matosinhos, são parte do cartaz do Open House. Esta abertura entende permitir não só “a participação de quem lá mora”, mas também “aumentar a auto-estima dos moradores que sentem que o sítio onde vivem tem valor”.

O esforço no sentido de um processo de inclusão também se fez notar no acesso a cidadãos que possam ter alguma incapacidade de ordem física. Este ano, ainda como “projecto piloto”, foram realizadas algumas visitas “pontuais” para cegos, surdos e para pessoas com problemas de mobilidade que serão reforçadas na próxima edição devido “à elevada adesão”.

O terceiro ponto chave, para Nuno Sampaio, é o “impacto económico local” potenciado pelo evento. Ainda que não consiga contabilizar em termos de volume de facturação, diz que, sobretudo em Matosinhos Sul, “o número de mesas nos restaurantes esgotou”.

Essa mobilização em massa em direcção a Matosinhos estará, de certa forma, ligada às 14 mil entradas registadas no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. Quase metade do número total de visitas. Recorde-se que, na semana passada, o edifício desenhado por Luís Pedro Silva foi distinguido com o prémio AZ para melhor edifício comercial ou institucional com mais de mil metros quadrados construído em 2015, tendo sido seleccionado entre 826 projectos de mais de 50 países. O Farol de Leça com 1200 visitas e a Casa de Chá da Boa Nova com 500, foram os outros pontos mais visitados em Matosinhos. No Porto, os edifícios que registaram maior número de visitantes foram o Museu de Serralves com 1100, o Palácio do Bolhão com 938 e o edifício da Câmara Municipal com 830. Em Gaia voltou a ser o Mosteiro da Serra do Pilar, que duplicou o número de visitas para 1440.

O director da Casa da Arquitectura já pensa na próxima edição, ainda sem data marcada, mas que se realizará “garantidamente” na mesma época do ano. Sublinha a importância da coordenação entre as três autarquias no sentido de pensar um território geográfico que considera ser, apesar das barreiras autárquicas, “todo ele uma mesma cidade” em prol de um evento “de arquitectos para toda a população”, que celebra “a festa da arquitectura”.   

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