Governo nomeia Elisa Ferreira e Máximo dos Santos para o Banco de Portugal

Conselho de ministros formalizou entrada dos novos administradores da equipa de Carlos Costa.

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Elisa Ferreira assume cargo no conselho de administração do BdP Diogo Baptista

O Conselho de Ministros nomeou Elisa Ferreira e Luís Máximo dos Santos como administradores do conselho de administração do Banco de Portugal. A economista, até agora eurodeputada socialista, e o presidente do BES “mau” (onde ficaram activos problemáticos do banco) já tinham recebido aval” dos deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (após uma audição parlamentar), que consideraram que os dois responsáveis cumprem os “requisitos legais” para assumirem funções na equipa de Carlos Costa. Na reunião dos minstros desta quinta-feira, o Governo cumpriu mais um passo formal, dando seguimento à nomeação.

Elisa Ferreira, que deverá ficar com a pasta da supervisão, foi em 2014 a relatora no Parlamento Europeu da proposta de regulamento que estabeleceu as regras de resolução dos bancos em falência (ou em risco de falir) no quadro do Mecanismo Único de Resolução. E no ano passado foi a co-autora do relatório sobre o combate às práticas fiscais agressivas nos países europeus. No Banco de Portugal, Elisa Ferreira assume agora uma área que a própria já comparou à missão de capitanear “um navio num mar bastante agitado”.

Quando foi ouvida na comissão de orçamento a 17 de Maio, a ex-ministra do Ambiente e do Planeamento nos Governos de António Guterres defendeu a necessidade de se abrir uma nova página no capítulo da supervisão e reforçou que quer contribuir para “o processo que está em curso de auto-análise” dentro do Banco de Portugal.

Também no Parlamento, Máximo dos Santos reconheceu o “quadro especialmente complexo” de actuação do Banco de Portugal, tendo em conta “as sequelas da crise financeira global, da aplicação do memorando de entendimento com a troika e da crise do euro, o desgaste provocado por acontecimentos graves em várias instituições bancárias portuguesas, as incertezas associadas à recente criação de uma arquitectura de supervisão financeira à escala europeia, a revolução regulatória conducente à alteração, num curto período, dos paradigmas da regulação e da supervisão financeira e o processo de criação assimétrica da união bancária”, a que se somam os “conhecidos problemas no sector bancário”.

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