Nove agentes vão acompanhar Portugal em França

Seis agentes da PSP, mais um oficial de ligação, e dois da GNR vão estar com a comitiva portuguesa durante a sua participação no Euro 2016.

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Um exercício de treino de segurança em Lyon, onde a selecção portuguesa jogará com a Hungria JEFF PACHOUD/AFP

Em 1984, quando a França o recebeu pela última vez, o Campeonato da Europa de futebol era um “bicho” diferente, distribuído por sete cidades, com oito selecções participantes e um total de 15 jogos. Trinta e dois anos depois, o Euro volta a França e todos esses números cresceram (dez cidades, 24 selecções e 51 jogos) e, com esta expansão, multiplicaram-se também as preocupações com a segurança do evento e das próprias comitivas. Todas as selecções vão ter acompanhamento, não só de elementos das forças de segurança francesas, como de agentes dos próprios países.

A selecção portuguesa não foge à regra e será acompanhada por uma delegação composta por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana. A delegação será chefiada pelo Superintendente Luís Simões, do Departamento de Operações da PSP, e terá seis agentes da PSP e dois da GNR, para além de um oficial de ligação (que estará em permanência com a selecção, desde os jogos de preparação até à participação na fase final), num total de nove elementos, um número semelhante ao que acompanhou a selecção portuguesa durante o Mundial de 2014 no Brasil.

Segundo a PSP, esta delegação terá como função principal garantir, em colaboração com as autoridades francesas, a segurança da equipa e irá ainda fazer um acompanhamento dos adeptos portugueses que estarão em França durante o torneio. Os agentes irão para território francês já na próxima segunda-feira, três dias antes da chegada da comitiva portuguesa, e por lá irão ficar enquanto a selecção se mantiver em prova. E, como já tinha garantido antes Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, esta delegação irá incluir “spotters”.

Por motivos de segurança, nem a UEFA, nem a PSP ou a Federação Portuguesa de Futebol revelaram pormenores sobre as operações de segurança que envolvem a selecção portuguesa e as restantes 23 equipas participantes. É certo, no entanto, que a segurança das comitivas será reforçada e que os hotéis onde estas ficam alojadas farão o mesmo com recurso a segurança própria. Uma recomendação feita às comitivas é a de que os jogadores evitem sair sozinhos à rua e que evitem expor-se em locais para lá dos locais onde estão concentrados.

Selecções de risco

Cada uma das 24 selecções foi sujeita a uma avaliação de segurança por parte das autoridades francesas, em colaboração com as polícias de cada país, mas cabe aos franceses a palavra final quanto à definição do nível de risco associado a cada uma delas. O PÚBLICO pediu à UEFA alguns esclarecimentos sobre esta matéria, mas o organismo que gere o futebol europeu limitou-se a dizer numa breve nota que está a trabalhar “há mais de três anos com as autoridades francesas e com o governo francês para garantir a segurança de todos aqueles que irão participar no Euro 2016”.

“Graças ao trabalho realizado e à coordenação existente, estamos confiantes que todas as condições estão reunidas para assegurar todos se sintam seguros nos estádios, centros de estágio, fanzones e hotéis”, acrescenta a nota da UEFA. Nesta mesma nota, o organismo diz ainda que “não há planos para realizar jogos à porta fechada”, mas que há vários cenários possíveis que fazem parte de um plano de contingência no caso de alguma ocorrência extrema durante o Euro”.

Com tão poucos detalhes revelados, sabe-se, no entanto, que haverá zonas de exclusão aérea nos estádios e nos centros de treino das selecções, como revelou no mês Ziad Khoury, responsável máximo pera segurança do torneio, em entrevista à agência Associated Press. Diz o francês que há uma grande preocupação com a possível utilização de drones e que estão preparadas medidas para os anular: “Estão preparadas medidas muito inovadoras que interferem com os drones e que podem tomar conta deles se forem detectados.”

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