A final que foi um derby teve requintes de crueldade

Dois anos depois, Real Madrid e Atlético de Madrid voltaram a disputar a Liga dos Campeões. A festa tornou a ser dos “merengues”, após os penáltis.

Sergio Ramos no lance do primeiro golo da final
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Sergio Ramos no lance do primeiro golo da final Olivier Morin/AFP
Griezmann no momento em que falhou o penálti, aos 48'
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Griezmann no momento em que falhou o penálti, aos 48' Stefan Wermuth/Reuters
Ferreira Carrasco empurra a bola para o 1-1
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Ferreira Carrasco empurra a bola para o 1-1 Kai Pfaffenbach/Reuters
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Ronaldo festeja após o penálti decisivo GERARD JULIEN/AFP
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Lágrimas de alegria no Real Madrid Stefan Wermuth/Reuters
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A 11.ª vitória do Real Madrid na mais importante competição europeia de clubes Kai Pfaffenbach/Reuters
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O treinador Zidane ganhou a taça que já tinha vencido como jogador PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP

Tal como há dois anos, a final da Liga dos Campeões decidiu-se entre os rivais de Madrid. E, tal como há dois anos, a festa foi feita pelos adeptos do Real Madrid. Com requintes de crueldade, os “merengues” impuseram-se no desempate por penáltis, após o 1-1 que o prolongamento não desfez. Há um 11.º troféu de campeão europeu a caminho das vitrines do museu do Real Madrid.

Houve bastantes semelhanças entre a final de Milão e aquela que os dois rivais madrilenos disputaram há dois anos, em Lisboa. Só que, desta vez, os papéis estiveram invertidos: foi o Real Madrid a adiantar-se no marcador e foi o Atlético de Madrid a forçar o prolongamento. E, ao contrário do que aconteceu em Lisboa, foi a equipa de Diego Simeone a mostrar melhor condição física até ao apito final, contrastando com as dificuldades evidenciadas por vários elementos dos “merengues”. Mas, no final, a festa foi da equipa de Zinedine Zidane, que conquista o título europeu após ter substituído Rafa Benítez no comando técnico, em Janeiro. E tornou-se no quarto a ganhar a Champions pelo mesmo clube enquanto jogador e treinador, juntando-se ao grupo formado por Muñoz (Real Madrid), Ancelotti (Milan) e Guardiola (Barcelona).

A primeira parte teve praticamente sentido único: a baliza de Oblak. O Real Madrid foi superior ao rival, mas o guardião esloveno mostrou-se à altura e brilhou logo aos seis minutos, com uma excelente defesa à queima-roupa após desvio de Casemiro. Porém, Sergio Ramos, que em Lisboa assumiu o papel de herói ao forçar o prolongamento, desta vez foi o autor do golo que adiantou os “merengues” no marcador. Após livre de Kroos, houve um toque de cabeça de Bale e o defesa espanhol (em posição irregular) surgiu a desviar a bola de Oblak.

Sem uma reacção do Atlético de Madrid, que pouco fez para incomodar Keylor Navas, foi Oblak que teve de voltar a aplicar-se quando evitou que Benzema ampliasse o marcador (32’). Só perto do intervalo a equipa de Diego Simeone deu sinal de vida, mas Griezmann nunca mostrou a melhor pontaria.

Era um sinal do que estava para vir no segundo tempo. Logo a abrir, Pepe travou Fernando Torres mas, no penálti correspondente, Griezmann não conseguiu fazer o 1-1 – o remate do internacional francês acertou em cheio na trave. Apesar disso, os “colchoneros” galvanizaram-se e encostaram o Real Madrid às cordas. Aos 54’, após canto, nem Godín nem Savic conseguiram empurrar a bola para o fundo da baliza de Navas. Koke rematou milímetros acima (58’) e Saúl Ñíguez atirou de primeira, após cruzamento de Carrasco, mas ao lado (59’).

Numa noite em que Cristiano Ronaldo esteve bastante discreto, o Real Madrid sentia dificuldades em libertar-se. Num lance ocasional em que conseguiram chegar à área contrária, os “merengues” ficaram muito perto do golo, com Oblak a travar o remate do português e depois a recarga de Bale a ser desviada pelo corte providencial de Savic. Mas no minuto seguinte a este sinal de vida do Real Madrid surgiu o golo da igualdade. Griezmann tocou para Juanfran na direita, que colocou na área, onde Carrasco, puxado e agarrado por Lucas Vázquez, conseguiu encostar para o 1-1.

Os minutos esgotavam-se e as dificuldades físicas no Real Madrid acumulavam-se. Cristiano Ronaldo mostrava sinais de desconforto, assim como Gareth Bale. Do outro lado, o Atlético de Madrid patenteava frescura. Mas nos 30 minutos de tempo extra a equipa de Diego Simeone como que abdicou de resolver a final. A mais flagrante situação de perigo surgiu já aos 119’ e pertenceu aos “merengues”, com os remates de Cristiano Ronaldo e depois Lucas Vázquez a serem interceptados.

Tudo foi decidido nas grandes penalidades. Lucas Vázquez, Marcelo, Gareth Bale e Sergio Ramos não desperdiçaram a oportunidade. O peso da responsabilidade ia crescendo e Juanfran sucumbiu sob ele quando acertou no poste e falhou o que seria o 4-4. O derradeiro pontapé pertenceu a Cristiano Ronaldo – que conquistou a prova pela terceira vez – e só parou no fundo da baliza. A festa começou em Milão e recomeçou em Madrid.

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Ronaldo com o troféu que conquistou pela terceira vez Carl Recine/AFP
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