António Costa promete previsibilidade nos incentivos ao sistema científico

Declarações do primeiro-ministro durante uma homenagem a Mariano Gago.

Foto
Virgílio Rodrigues

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira que é seu objectivo central assegurar “previsibilidade” na concessão de incentivos públicos ao sistema científico e tecnológico e assumiu como meta atingir 40% de diplomados do ensino superior até aos 34 anos em 2020.

António Costa falava no encerramento de uma conferência de homenagem a Mariano Gago, intitulada Caminhos do Conhecimento no Teatro Thalia, em Lisboa, espaço do século XIX que foi recuperado por iniciativa do antigo titular das pastas da Ciência e do Ensino Superior nos governos liderados por António Guterres (1995-2002) e José Sócrates (2005-2011).

Na sua intervenção, o primeiro-ministro afirmou que o aumento das qualificações de nível superior dos portugueses e um maior investimento em investigação e desenvolvimento constituem “objectivos centrais do Governo, tendo em vista a promoção da inovação e a construção de uma economia mais competitiva”.

“Assumimos como metas até 2020 o aumento para 40% de diplomados do ensino superior (ou equivalente) na faixa etária entre os 30 e os 34 anos, assim como o reforço da investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB [produto interno bruto] entre 2,7 e 3,3%”, referiu o primeiro-ministro, apontando então dois objectivos que constam do programa do seu executivo.

Num discurso com referências críticas à acção do anterior Governo (PSD/CDS-PP) no domínio científico, António Costa disse que, no plano imediato, importa “recuperar a confiança no sistema de ciência e de tecnologia, assegurando a previsibilidade dos incentivos públicos, através de um planeamento adequado das prioridades e de um enquadramento conveniente das instituições e da gestão de carreiras”. “Temos de restabelecer a clareza, a transparência e a regularidade no funcionamento dos agentes da política científica”, declarou ainda.

Na parte inicial da sua intervenção, António Costa classificou Mariano Gago, que morreu a 17 de Abril do ano passado e que esta segunda-feira deveria completar 66 anos, como “um grande cientista e um grande governante, a quem Portugal deve o extraordinário progresso científico registados nos últimos anos”.

António Costa referiu-se ao antigo ministro dos governos socialistas como um responsável político que se bateu pelo investimento público em ciência e, sobretudo, “por uma democratização do acesso ao conhecimento científico”. A sua política, segundo o primeiro-ministro, terá estado na origem da multiplicação por 17 do número de investigadores nacionais e na multiplicação por 15 do PIB do país em conhecimento científico e inovação. “Mas Mariano Gago trouxe também a ciência para a política, tornando o processo de decisão mais informado e mais baseado na análise e no conhecimento científico. Mariano Gago deixa-nos os legados da ciência e da educação.”

Sugerir correcção
Ler 2 comentários