Um dos grupos rock de maior culto da viragem dos anos 1980 para os 1990, os ingleses Stone Roses, lançou esta quinta-feira a sua primeira canção dos últimos 21 anos. Chama-se All for one, foi produzida por Paul Epworth, e tem sido recebida com reacções mistas.

Os admiradores de sempre do grupo enaltecem o empenho do retorno, a letra positiva e a sonoridade que remete para a sua identidade sonora, com as guitarras abrasivas, o ritmo balanceado, o psicadelismo e a voz de Ian Brown. Já para outros não acrescenta nada de novo à existência do projecto, com a agravante de não ser sequer uma canção particularmente inspirada.

A canção deverá fazer parte de um álbum que o grupo estará a preparar para coincidir com uma digressão que se inicia a 15 de Julho, em Manchester, a sua cidade natal. Ainda não existem detalhes sobre o muito provável disco, mas desde Março que cartazes com o logótipo clássico do grupo foram surgindo nas ruas de Manchester, tendo o vocalista Ian Brown afirmado ao semanário New Musical Express que estariam a trabalhar arduamente para produzir “música gloriosa.”

Rumores sobre o regresso dos Stones Roses foram uma constante ao longo dos anos. O grupo encerrou actividade em 1996, até que resolveu regressar para uma série de concertos em 2012, tendo então actuado no Festival Alive, em Oeiras, num espectáculo que acabou por não deixar grandes memórias.

Agora a banda retorna com canções novas, depois de terem lançado dois álbuns (Stone Roses, de 1989, e Second Coming, de 1994), com o primeiro a tornar-se num verdadeiro clássico, graças a canções como I wanna be adored, Waterfall, She bangs the drums ou Made of stone. Nessa fase da cultura popular, os Stone Roses, ao lado dos Happy Mondays, Inspiral Carpets ou Primal Scream, viriam a tornar-se nos embaixadores de uma sonoridade que misturava formas da pop e do rock dos anos 1960 com a emergência na época da cena acid-house, numa espécie de música rock dançante que criou culto. Haveriam também de ficar para sempre ligados à cena musical e à boémia de Manchester, nessa altura cunhada como "Madchester".