Criação de 'bairro' inteligente deve ser prioridade para Lisboa 'cidade do amanhã'

Estudo “City Lab Lisbon” estabeleceu 12 projectos prioritários que Lisboa deve aplicar tendo em vista um “desenvolvimento urbano sustentável”.

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A criação de um centro de inovação social e de um ‘bairro’ inteligente que sirva de laboratório deverão ser duas prioridades da Câmara de Lisboa para ter uma ‘cidade do amanhã’, segundo um estudo a ser apresentado nesta sexta-feira.

O “City Lab Lisbon”, estudo desenvolvido por uma equipa do instituto alemão Fraunhofer, estabeleceu 12 projectos prioritários que Lisboa deve aplicar, tendo em vista um “desenvolvimento urbano sustentável”.

Dos 12 projectos, a Lusa pediu ao coordenador do estudo, Alanus von Radecki, que indicasse os três mais ‘urgentes’. Além da criação de um hub de inovação social (um centro que articule as repostas e recursos às necessidades sociais, através da partilha de informação e do planeamento de respostas) e de um ‘bairro’ inteligente, Alanus von Radecki destacou “a definição de objectivos de desenvolvimento claros e mensuráveis”.

“Lisboa deve colocar prioridade máxima nos projectos recomendados, que têm potencial para uma transformação a longo prazo da sociedade e da economia da cidade”, disse.

A definição dos objectivos “irá mostrar uma direcção a todos os que vivem, trabalham e investem em Lisboa, e ajuda a estabelecer prioridades quando se trata do investimento de dinheiros públicos”, explicou.

Com a criação do hub de inovação social, que envolveria “pessoas de várias idades, especialmente jovens desempregados e idosos”, Lisboa iria “conseguir lidar com o problema do desemprego jovem e criar uma ‘sementeira’ para a criatividade e o crescimento”.

“Se Lisboa quer atrair investigação de excelência e empresas de inovação, precisa de um laboratório para testes e demonstrações de novas soluções para ambientes urbanos”, referiu o responsável do estudo, justificando assim a criação de um ‘bairro inteligente’, “um projecto-piloto com oito edifícios”.

Apesar de estarem em causa sobretudo projectos a longo prazo, alguns, como “a criação de uma plataforma urbana de dados, de um mapa do potencial solar e uma gestão de resíduos inteligente”, podem ser aplicados “a breve prazo, talvez em menos de um ano”.

O estudo, que será apresentado na sexta-feira nos Paços do Concelho de Lisboa, permitiu “identificar forças e fraquezas na cidade em vários sectores, bem como áreas-chave de intervenção para um desenvolvimento inteligente e sustentável e potenciais oportunidades futuras, barreiras que é necessário ultrapassar”

Segundo fonte da autarquia, a apresentação deste estudo “é o primeiro ponto de três iniciativas que este mês, em perspectivas que se complementam, vão ajudar a perceber o mapa da cidade do futuro, juntando parceiros locais e internacionais numa plataforma em que Lisboa avança já na linha da frente”.

Neste âmbito, realiza-se, nos dias 18 e 19 de Maio, na Universidade Nova de Lisboa, o primeiro Congresso Internacional Zoom Smart Cities, que “reunirá especialistas mundiais nas matérias da globalização, migrações e ambiente, fundamentais para as opções a tomar numa cidade inteligente”.

No dia 23 acontece o ‘workshop’ 100 Resilient Cities, organizado pela Câmara de Lisboa e pela Rockefeller Foundation, no qual irão reunir-se “os principais interlocutores, tanto de instituições públicas como privadas, em todas as dimensões da resiliência da cidade, física, económica, social e de governança, para conjuntamente elegerem os grandes temas e objectivos a trabalhar nesta área”.

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