Ministério compromete-se a contratar novos anestesistas para o Algarve

Administração recua na decisão de retirar autonomia à especialidade de anestesia, incluindo-a no departamento cirúrgico.

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A falta de anestesias na região tem levado a que mais cirurgias sejam feitas no privado Virgílio Rodrigues

A administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), que integra as unidades de Faro e Portimão, comprometeu-se nesta quarta-feira a contratar mais médicos anestesistas, especialidade onde existe uma grande escassez de recursos humanos, e também a rever a distribuição dos tempos operatórios de uma “forma mais racional”.

Segundo o PÚBLICO apurou, o novo conselho de administração (CA), liderado por Joaquim Ramalho, recuou na decisão de retirar autonomia à especialidade de anestesia, incluindo-a no departamento cirúrgico. Para os especialistas, “esta era uma questão de honra”, porque — alegam —, “a manter-se a intenção do CA, o serviço de Anestesia arrisca-se a perder a idoneidade formativa, recentemente recuperada, o que limitará ainda mais a fixação de anestesistas no Algarve”.

Numa carta dirigida esta semana ao ministro da Saúde, e subscrita por todos os anestesistas, os médicos explicam que “a Anestesiologia, entendida na definição moderna do trabalho assistencial hospitalar como a Medicina do Peri-operatório, constitui uma especialidade transversal, que se ramifica e entronca em áreas que excedem a actividade do bloco operatório, nomeadamente, Terapêutica da Dor (Aguda Crómica), Reanimação e Cuidados Intensivos”.

Numa reunião de emergência convocada ontem pelo CA e na qual participou o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, em representação do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a administração deu outras garantias que deixaram aqueles especialistas mais tranquilos.

“As garantias avançadas pela administração deixaram-nos satisfeitos, mas vamos esperar pelo documento que a ARS do Algarve ficou de elaborar e que nos será entregue esta sexta-feira para assinarmos”, disse ao PÚBLICO fonte do centro hospitalar, que alerta para a necessidade de a administração resolver “com delicadeza” a questão da Neurocirurgia, que necessita de mais horas de bloco para operar.

“A Neurocirurgia [cuja directora, Alexandre Adams, se demitiu há uma semana] deveria ser a bandeira deste centro hospitalar, porque se trata de uma cirurgia diferenciada que tem desempenhado um trabalho de excelência apesar do número reduzido de especialistas: cinco, no total”, explicou a mesma fonte.

 

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