Inspecções obrigatórias a motos vão avançar este ano

Dos 180 centros de inspecção existentes no país, cerca de 120 deverão ter esta valência. Custo deverá andar pelos 12,50 euros mais IVA.

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Cerca de 80 mil motos de maior cilindrada vão ter de ir a inspecção Nelson Garrido

A inspecção obrigatória a motos acima dos 250 cm3 de cilindrada vai avançar ainda este ano, confirmou ao PÚBLICO fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas. O serviço vai custar 12,50 euros, cerca de metade do custo da inspecção a um carro.

A notícia foi avançada ao Jornal de Notícias (JN) pelo presidente da Associação Nacional de Centros de Inspecção Automóvel (ANCIA), Paulo Areal, que afirmava que a medida deveria avançar em Outubro, altura em que os centros de inspecção automóvel estarão prontos a disponibilizar este serviço depois dos dois anos dados pelo Governo para a sua adaptação. Mas fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas não se compromete com esta data, referindo apenas que acontecerá até ao final do ano.

Dos 180 centros existentes no país, cerca de 120 a 140 terão esta valência, mas falta ainda ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes publicar um diploma de classificação de deficiências técnicas e outro de formação de inspectores, explicou o responsável.

A associação bate-se também pela inspecção obrigatória a motos de menor cilindrada, a partir dos 50 cm3, como acontece na Região Autónoma dos Açores e em Espanha, explica Paulo Areal. As motos de maior cilindrada que vão começar a ser inspeccionadas são cerca de 80 mil — já as que começam nos 50 cm3 ascendem a um milhão.

Paulo Areal responde que esta nova área de inspecção não vai significar um grande aumento de facturação, notando que os centros gastaram cerca de 40 milhões de euros em obras da adaptação, com a criação de linhas para motos.

A ANCIA quer também estender as inspecções a todos os veículos de duas e três rodas, tractores e máquinas industriais. Paulo Areal notou que se morre muito mais por acidentes em veículos de duas rodas do que de quatro, mas um estudo europeu, que também cita, diz que apenas cerca de 8% destes acidentes estão relacionados com falhas técnicas, estando o principal problema relacionado com a condução.

O Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas esclarece que a extensão da obrigatoriedade de realização de inspecções periódicas a todos os veículos de duas e três rodas e quadriciclos encontra-se em estudo, mas não a inspeção periódica a tractores e máquinas agrícolas. A mesma entidade explica que a inspecção a veículos que tenham estado envolvidos num acidente e que apresentem danos estruturais já se encontra prevista na lei.

Notícia acrescentada às 14h57 com esclarecimentos do Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas.

 

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