Galamba critica anterior Governo e defende não serem precisas medidas adicionais

O socialista respondeu à direita, lembrando que a Comissão Europeia “confirmou” que o anterior Executivo falhou a meta do défice em 2015.

O porta-voz do PS João Galamba já respondeu às reacções da direita, em relação às previsões da Comissão Europeia conhecidas nesta terça-feira, garantindo que não serão precisas quaisquer medidas adicionais. “Como o Governo tem sempre dito, neste momento e tendo em conta a execução orçamental e os dados conhecidos, não há nenhuma razão para medidas adicionais”, disse o porta-voz do PS, João Galamba, à margem de uma conferência sobre a banca, na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.

O socialista assegurou que mantêm “toda a confiança nas previsões que constam no Orçamento do Estado”. E desvalorizou as divergências entre as previsões de Bruxelas e as do Governo – a Comissão prevê, para este ano, um défice público de 2,7% do PIB, um valor que fica 0,5 pontos percentuais acima dos 2,2% projectados no Orçamento do Estado para 2016. Para Galamba, essas diferenças são "normais", uma vez que "os pressupostos, a metodologia usada nas previsões da Primavera não é exactamente a mesma usada pelos governos na elaboração quer dos orçamentos, quer nos programas de estabilidade".

O membro do secretariado nacional do PS não perdeu ainda a oportunidade de criticar PSD e CDS: “A Comissão Europeia tem previsões diferentes das do Governo. Mas, em relação ao Governo anterior, já não estamos a falar de previsões diferentes. A Comissão Europeia, no ano passado, aquando da apresentação do Programa de Estabilidade e do orçamento previu que o défice ficaria entre 3,2% e o Governo, na altura, estimou que ficasse em 2,7%. Curiosamente hoje já sabemos que quem tinha razão era a Comissão Europeia”, ironizou, acrescentando não lhe ocorrer “nenhum" responsável do PSD e do CDS ter dito, durante o ano passado, serem "precisas medidas adicionais”.

O dirigente socialista não compreende, por isso, “o tratamento diferenciado entre previsões distintas em 2015, que por acaso se confirmaram erradas, e previsões de 2016” que ainda não sabem se são erradas ou não. “Em relação a 2015, já temos a certeza. Houve mesmo um falhanço rotundo das metas, mais um, como aconteceu em todos os anos e, em vez 2,7%, ficou em 3,2%. E se ninguém do PSD e do CDS defendeu a necessidade de medidas adicionais no ano passado, sinceramente não consigo perceber onde é que fundamentam a sua exigência de medidas adicionais para 2016”, criticou.

Nesta terça-feira, depois de Bruxelas ter alertado para o aumento do défice estrutural e previsto menos crescimento em Portugal, a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque considerou que é de "esperar que haja medidas adicionais algures ao longo deste ano". Ao comentar as previsões da Comissão Europeia, segundo as quais o défice será de 2,7% do PIB, a ex-ministra das Finanças disse, citada pela Lusa, temer um "agravamento" do "ajustamento estrutural" em vez de uma "redução" do mesmo.

Também o CDS-PP, pela voz da líder Assunção Cristas, insistiu, citada pela Lusa, que "as contas" do Governo "não batem certo" e que as medidas não correspondem às necessidades, lamentando que todas as semanas existam alertas sobre a situação do país.

Mas o Executivo de António Costa já tinha emitido nesta terça-feira um comunicado, mostrando confiança: “O Governo acredita que conseguirá cumprir as metas traçadas no Programa de Estabilidade através da rigorosa implementação das suas medidas de política económica. A revisão das projecções da Comissão Europeia não justifica qualquer alteração aos objectivos definidos”, lê-se na nota divulgada no portal do Governo.

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