Principais parceiros de Portugal com previsões revistas em baixa

Comissão Europeia vê Espanha a crescer menos e a sair do défice excessivo apenas em 2018

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Incerteza política em Espanha afecta previsões económicas para o país REUTERS/Sergio Perez

A Comissão Europeia reviu em baixa as suas previsões de crescimento económico para a maioria dos principais parceiros comerciais de Portugal, mais um sinal da existência de riscos na evolução da conjuntura internacional.

Nas previsões de Primavera publicadas esta terça-feira, o executivo europeu passou a apontar para um crescimento da zona euro de 1,6% este ano e de 1,8% no próximo, quando há três meses projectava variações do PIB de 1,7% e 1,9% respectivamente.

São três, os factores a influenciar esta deterioração das expectativas: o abrandamento económico registado na China e noutros mercados emergentes, os riscos decorrentes de tensões geopolíticas e a ameaça de um voto no referendo britânico que conduza à saída do Reino Unido da União Europeia.

A revisão em baixa afectou a maior parte dos países da zona euro, incluindo Portugal. E olhando para os principais destinos das exportações portuguesas, é evidente o impacto que esta conjuntura mais negativa pode ter no país.

Em Espanha, o país que mais compras faz aos exportadores portugueses, a taxa de crescimento prevista para 2016 é agora de 2,6%, contra 2,8% no Inverno.

A Alemanha, principal motor da economia europeia e segundo maior cliente de Portugal, vai crescer 1,6%, quando antes se previa 1,8%.

A França, o terceiro maior cliente, é dos poucos países que conseguiram evitar uma revisão em baixa das previsões, mantendo uma variação do PIB este ano de 1,3%.

No Reino Unido, a estimativa baixa de 2,1% para 1,8%, e na Itália de 1,4% para 1,1%.

Perante este cenário, a Comissão Europeia acaba por apresentar contudo previsões para a evolução das exportações portuguesas que não ficam muito distantes das estimativas do Governo. A Comissão é ligeiramente mais pessimista do que o Governo para este ano (crescimento de 4,1% contra 4,3%), mas mais optimista em relação a 2017 (5,1% em vez de 4,9%).

Outro factor fundamental para Portugal nas previsões que a Comissão Europeia faz para os seus parceiros é o da evolução da situação orçamental em Espanha. As contas públicas espanholas estão, tal como as portuguesas, no radar das autoridades europeias por causa do fracasso em cumprir as metas estabelecidas em 2015.

Agora, num cenário de grande incerteza política, a Comissão continua a não acreditar que a Espanha possa colocar rapidamente o seu défice público abaixo do limiar de 3%, prevendo que, com as actuais medidas em cima da mesa, este indicador se situe em 3,9% este ano e 3,1% no outro, adiando a saída do procedimento por défice excessivo para 2018.

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