O “aquecimento” de João Sousa foi concluído com sucesso

Número um português venceu em pares, na estreia neste Estoril Open. Na quinta-feira compete em singulares, frente a Nicolás Almagro.

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Millenium Estoril Open

Está a chegar o dia de todas as expectativas para as aspirações portuguesas no Millenium Estoril Open. O dia em que João Sousa entra no court para tentar a sua sorte num torneio do qual saiu pela porta pequena nas duas últimas edições. Pela frente terá pela primeira vez Nicolás Almagro, um desafio que enfrentará já depois de ter quebrado o gelo na prova, com um triunfo inequívoco na variante de pares. “É sempre bom poder competir antes, entra-se um pouco em competição e é um passo para poder jogar bem”, avaliou o número um nacional.

Esse passo foi dado em conjunto com Gastão Elias, naquela que foi a reedição da dupla semifinalista do Portugal Open de 2014. Frente a dois adversários que acabaram por pagar a factura do esforço despendido nos singulares, disputados também nesta quarta-feira, os dois mais cotados tenistas portugueses impuseram-se com uma margem mais folgada do que seria expectável: 6-3 e 6-0, em apenas 52 minutos.

O espanhol Guillermo García-López e o brasileiro Rogério Dutra Silva só resistiram até ao break sofrido no quarto jogo e viram Elias fazer um amortie precioso, antes de Sousa concluir o primeiro parcial com um ás. No segundo set, a oposição foi demasiado débil para o ténis agressivo da dupla nacional, que concluiu sem encaixar qualquer jogo. “Senti-me bem no serviço, mas não há dias iguais. Amanhã não tem nada a ver com pares, mas é bom começar bem”, atalhou o número 34 do ranking ATP.

O próximo obstáculo nesta variante, a enfrentar ao final do quarto dia do quadro principal, acarreta outro grau de dificuldade, já que os polacos Lukasz Kubot e Marcin Matkowski são os primeiros cabeças de série do torneio, mas antes João Sousa terá de dirigir total atenção para Nicolás Almagro (71.º do mundo).

“O Nico é um jogador que por vezes joga a top 10. Neste momento, o ranking dele não é o melhor, mas é muito perigoso, é um jogador que já ganhou muitos títulos ATP e tem muita experiência de circuito. Vai ser um encontro duro”, antevê o vimaranense, que neste ano apresenta um registo de cinco vitórias e 12 derrotas.

A entrada em prova de Sousa no quadro de singulares acabou por ser adiada devido às circunstâncias, mas o melhor português de sempre na modalidade encara os dias extra de preparação com agrado. “Fiz uma adaptação normal às condições de jogo. Hoje joguei bem, adaptei-me bem e ter mais tempo é sempre melhor. Sinto-me bem, já recuperei de algumas dores que tinha e é importante estar a 100%”.

Coric contra Kyrgios

Dois dos mais promissores tenistas do elenco do Estoril Open têm já encontro marcado nos quartos-de-final da competição. O croata Borna Coric, sexto cabeça de série, seguiu em frente às custas de Rogério Dutra Silva, enquanto o australiano Nick Kyrgios deixou pelo caminho Inigo Cervantes.

Coric, uma das novas estrelas do circuito, teve dificuldades em carimbar o passaporte para a próxima eliminatória, mas acabou por vencer o 101.º jogador mundial, por 6-3, 4-5, e 6-1, em 2h08m. No primeiro encontro decidido em três sets no presente quadro de singulares, Dutra Silva ainda forçou um terceiro parcial, mas já não teve capacidade para travar o jovem de 19 anos.

“Fui muito agressivo no primeiro set. No segundo joguei de forma mais defensiva e ele estava a jogar muito bem. Pensei no que estava a correr mal e, depois, no terceiro set elevei o meu jogo. Sabia que tinha que jogar mais agressivo, as minhas pancadas tinham de ser mais agressivas”, sustentou Coric.

Pela frente, o croata terá agora um dos finalistas de 2015, depois de Kyrgios ter derrotado o espanhol Inigo Cervantes (58.º), por 7-6 (7-4), 7-5, impondo o seu estatuto de segundo cabeça de série e de 20.º tenista do mundo, em 1h13m. “Vai ser seguramente um bom jogo. Vou tentar desfrutar, vou lutar. Não tenho muito a perder, mas nunca vou para um jogo a sentir-me derrotado”, assegurou o tenista nascido em Zagreb.

Coric, que volta na quinta-feira a competir na variante de pares, está para já fora do radar de Frederico Silva. O jovem português volta a partilhar o court com Kyle Edmund, desta vez para medir forças com o filipino Treat Huey e o histórico Max Mirnyi — o bielorrusso de 38 anos soma nada menos do que 49 títulos nos pares.

No total, este pecúlio representa mais 33 troféus do que os que foram conquistados em conjunto, em singulares, pelos dois protagonistas do duelo exclusivamente francês de quinta-feira: Gilles Simon (18.º) e Paul Henri-Mathieu (60.º).

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