Lisboa e Peniche vão preservar memórias de cadeias políticas

Protocolo assinado entre as duas autarquias tem como objectivo a promoção do estudo, preservação, valorização e divulgação da memória histórica associadas a estas cadeias.

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Enric Vives-Rubio

As câmaras municipais de Lisboa e Peniche assinaram neste 25 de Abril um protocolo para a promoção do estudo, preservação, valorização e da divulgação da memória histórica associadas às cadeias do Aljube, em Lisboa, e do Forte de Peniche.

O documento foi assinado ao início da tarde por Fernando Medina e António José Correia, autarcas de Lisboa e Peniche, respectivamente, com vista à colaboração dos dois museus municipais: Museu do Aljube – Resistência e Liberdade e o Museu Municipal de Peniche – Núcleo da Resistência do Forte de Peniche.

"Sentimos que a melhor forma de prosseguirmos esta missão de memória sobre o passado e de preservação desta memória sobre este período histórico tão importante, era constituí-lo em rede com aquilo que são também outros pólos do regime fascista e da resistência, e a prisão de Peniche é precisamente um desses locais mais emblemáticos", explicou Fernando Medina, em declarações à agência Lusa.

O Museu do Aljube, inaugurado a 25 de Abril de 2015, é dedicado à memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia.

Com este protocolo, Fernando Medina (PS) espera que os dois locais se transformem em espaços de conhecimento.

"O nosso objectivo é fazer com que esses espaços, que foram de dor e de sofrimento, quer o Aljube, quer Peniche, se transformem em espaços de conhecimento sobre a nossa história, sobre este período tão marcante e tão negro da nossa sociedade, e que se transformem em espaços de valor futuro para as novas gerações, para que tenhamos uma cidadania mais informada e elucidada", frisou o presidente do município de Lisboa.

O presidente da Câmara de Peniche também se congratulou pela assinatura do protocolo, que visa a "preservação das memórias" associadas às cadeias do Aljube e do Forte de Peniche.

"É a partilha daquilo que é toda a informação, do desenvolvimento ao nível do centro documental e dos conteúdos que, do ponto de vista das exposições, vão ser produzidos", destacou António José Correia (CDU).

O autarca espera que especialmente os jovens se sintam interessados em visitar o Forte de Peniche.

"Os jovens que irão ser estimulados também a ir à prisão política de Peniche perceberão e valorizarão aquilo que são as diversas formas de expressão que temos, em particular aquilo que é o direito à manifestação que foi reprimido, sem que, por vezes, tenhamos a percepção da dificuldade da sua conquista", salientou António José Correia.

O presidente da Câmara de Peniche adiantou, ainda, que a cidade vai receber, entre 23 e 25 de Setembro, as Jornadas Europeias do Património, tendo aproveitado nesta segunda-feira a oportunidade para convidar Fernando Medina a estar presente na inauguração do evento.

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