O Ministério Público pediu a condenação a prisão efectiva do homem de origem angolana suspeito de terrorismo que está a ser julgado no Campus da Justiça, em Lisboa. Calunga Gima foi encontrado na pista de aterragem do aeroporto de Lisboa agarrado ao trem de aterragem de um avião que se preparava para descolar para Luanda, munido de uma grande faca.

Em tribunal o arguido assumiu ter estado antes na Síria, mas alegou tê-lo feito por razões humanitárias e justificou o seu aparecimento numa zona do aeroporto vedada ao público com o facto de estar alegadamente a fugir de um feitiço que lhe tinha sido feito.

As diferentes justificações apresentadas por Calunga Gima para o que se passou fizeram o Ministério Público pôr em causa a sua credibilidade. A procuradora encarregue do caso baseou-se nos relatórios psicológicos e psiquiátricos feitos à personalidade do arguido – segundo os quais ele revela desprezo quer pela sua vida quer pela vida alheia –, para defender a condenação.

O facto de um perito em aeronáutica ter explicado em tribunal que com a cabine do avião já fechada, como era o caso, dificilmente o arguido conseguiria causar grandes estragos à aeronave não foi valorizado pela magistrada. Já o advogado de Calunga Gima alegou que o seu cliente sofre de  perturbações mentais, acreditando em vudu e em feitiçaria.