Hospital da Marinha vendido por 18 milhões de euros a investidor francês

Preço de adjudicação ultrapassa em cerca de 50% a base de licitação da hasta pública. Estado vendeu em hasta pública quatro de 19 imóveis e encaixou 23 milhões de euros.

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Estado arrecadou 23 milhões de euros com a venda de quatro imóveis Thierry Roge/Reuters

O edifício do antigo Hospital da Marinha, no Campo de Santa Clara, em Lisboa, junto à Feira da Ladra, foi vendido por 17,9 milhões de euros a um investidor privado de origem francesa, cuja identidade será revelada na próxima semana pela Direcção Geral do Tesouro e Finanças. Este foi um dos quatro imóveis do Estado vendidos ontem em hasta pública. A operação somou mais de 23 milhões de euros, mas de fora ficaram 15 propriedades.

O antigo hospital, que abriu em 1806, foi desactivado no final de 2012, à excepção de um único serviço (câmaras hiperbáricas) encerrado no ano passado. O imóvel, com sete pisos e uma área construída de cerca de 15.000 metros quadrados, ocupa uma parcela com 4533 metros quadrados e foi à praça por 12 milhões de euros, sendo adjudicado a um investidor francês não identificado, por um valor que ultrapassa a base de licitação em hasta pública em perto de 50%.

Propriedade do Estado, foi vendido não pela Estamo, a imobiliária estatal que normalmente efectua estas operações, mas directamente pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, responsável pelo Património do Estado.

A informação sobre a venda do imóvel foi divulgada pela organização da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, que está a decorrer na Sociedade de Geografia, em Lisboa, e foi confirmada pelo Ministério das Finanças. Desconhece-se o uso previsto para a antiga unidade hospitalar.

A venda em hasta pública incluía uma carteira de 19 imóveis do Estado localizados nos distritos de Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa e Setúbal, dos mais diversos usos, dimensões e valores de licitação. O valor base de licitação agregado era de 20,2 milhões de euros.

Apenas quatro foram arrematados e o Estado conseguiu mais de 23 milhões de euros (23.440.600 euros) com dois edifícios localizados em Lisboa, uma casa em Cascais e um terreno para construção em Setúbal. De acordo com o Ministério das Finanças, o montante conseguido “representa 33,8% de acréscimo de valor sobre a base de licitação dos imóveis vendidos (17.520.000 euros)”. Na próxima semana, “serão publicados os resultados oficiais desta hasta pública, no site da Direção Geral do Tesouro e Finanças (incluindo os nomes dos compradores)”, refere fonte oficial.

No concelho de Lisboa, foi alienado um edifício na freguesia da Misericórdia, propriedade do Instituto do Emprego e Formação Profissional, por 2,9 milhões de euros, tendo-se mantido o valor base de licitação. Já no concelho de Cascais, uma casa de rés de chão, 1º e 2º andar com uma área bruta privativa de 140 metros quadrados, propriedade do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro, foi licitada pelo valor base de 363 mil euros e arrematada por 379 mil euros.

Para além destes três imóveis, foi vendido um terreno para construção com mais de 19.859 metros quadrados no concelho de Setúbal, com uma proposta de compra por 2.225.100 euros, mais 100 mil euros do que o valor base de licitação (2.225.000 euros).

Os quatro imóveis ficaram “provisoriamente adjudicados” aos interessados compradores, uma vez que durante a hasta pública não houve qualquer direito de preferência das Câmaras Municipais em que se localizam as propriedades.

Os restantes 15 imóveis do Estado que não foram arrematados localizam-se no concelho de Montemor-o-Velho, Évora, Faro, Leiria e em Setúbal.

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