Polícia dispersa manifestação de hooligans contra o terrorismo no centro de Bruxelas

Apesar da proibição, cerca de mil pessoas manifestaram-se no centro da cidade. Número de vítimas dos atentados afinal ficou em 31, sem contar com os três terroristas.

A polícia usou canhões de água contra os hooligans
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A polícia usou canhões de água contra os hooligans REUTERS/YVES HERMAN
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Por razões de segurança — e para não dispersar recursos policiais quando ainda se realizam operações para desmantelar a rede terrorista —, as autoridades de Bruxelas cancelaram a marcha de homenagem às vítimas dos atentados de 22 de Março, marcada para este domingo. Porém, cerca de mil pessoas ignoraram o apelo e juntaram-se, ao início da tarde, na Praça da Bolsa — metade delas apareceram vestidas de negro, eram adeptos de futebol, de grupos conotados com a extrema-direita, e a polícia foi obrigada a intervir para os afastar.

O grupo de 450 pessoas, relata a estação de televisão belga RTBF, chegou pouco depois do meio-dia à estação de comboios Bruxelas-Norte, oriundo de Vilvorde. Muitos estavam alcoolizados e cantavam "Belgian hooligans. Estamos em nossa casa"; o grupo levava uma grande faixa a dizer "Casuals contra o terrorismo" — os casuals são uma subcultura dos hooligans e chamam-se assim por não usarem roupas com as cores dos seus clubes ou emblemas; usam roupa mais elegante, que cabe na categoria casual.

Na Praça da Bolsa, a polícia interveio para os isolar, impedindo que se juntassem às outras pessoas que homenagearam as vítimas este domingo. Foram usados canhões de água. Segundo as televisões belgas, grupos destes casuals derrubaram barreiras de segurança enquanto fugiam da polícia. 

Também este domingo, a polícia realizou mais 13 buscas na região de Bruxelas e na província de Antuérpia — em Malines, Duffel, cidade de Bruxelas, Laeken, Molenbeek e Anderlecht. Nestas operações foram detidas nove pessoas e cinco foram libertadas depois de interrogadas.

A justiça belga acusou mais um homem de participação em actividades terroristas no âmbito da investigação a um atentado em preparação contra Paris (França), anunciou o Ministério Público. Trata-se de Abderamane Ameroud, o homem que foi detido na sexta-feira durante uma megaoperação policial no bairro de Schaerbeek e que foi ferido a tiro numa perna. Ameroud é um jihadista conhecido dos serviços secretos, pois combateu na década de 1990 no Afeganistão e esteve envolvido na morte de Ahmed Massoud, líder da coligação anti-taliban.

As autoridades belgas actualizaram também este domingo o número de vítimas dos ataques da passada terça-feira. Num primeiro momento fixaram-no em 28, alegando que o número avançado inicialmente de 31 mortos incluia os três bombistas, indevidamente contados com as vítimas, esclareceram os belgas.

Mas ao final do dia deste domingo corrigiram a informação, contabilizando afinal 31 mortos, sem contar com os três terroristas. Vinte e oito das 31 vítimas estão identificadas (15 no aeroporto e 13 no metro). Os peritos estão ainda a tentar identificar as restantes três.

Na primeira informação, o centro de crise tinha adiantado que 13 vítimas são belgas e 11 são estrangeiras de oito nacionalidades. Segundo o centro de crise, o número de feridos é de 340 (de 19 nacionalidades, além dos belgas), dos quais 101 continuavam internados no sábado. Destes, 62 encontravam-se nos cuidados intensivos e 32 numa unidade de queimados.

"O balanço ainda é provisório, porque infelizmente ainda há um grande número de feridos nos cuidados intensivos", especificou o porta-voz.

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