Há selvas e guerreiros lusitanos a invadir as paredes do Porto

Quarteirão Miguel Bombarda volta a acolher inaugurações simultâneas de arte contemporânea.

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Arte urbana e arte contemporânea misturam-se nesta iniciativa Fernando Veludo/nfactos
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Iniciativa é uma oportunidade para artistas que estão a começar Fernando Veludo/nfactos
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O Quarteirão de Miguel Bombarda, no Porto, volta a ser ponto obrigatório para todos os amantes de arte, com a abertura do segundo ciclo de 2016 das Inaugurações Simultâneas de Arte Contemporânea, no próximo sábado. A iniciativa conta com workshops, visitas guiadas, performances e um mural colectivo de arte urbana.

Após a “excelente receptividade” da actividade em Outubro do ano passado, a Câmara do Porto voltou a apostar neste projecto que funde a arte urbana com a arte contemporânea. As galerias do “quarteirão mais artístico do Porto” estão de portas abertas e visam aproximar os públicos atraídos por ambas as vertentes de arte e, ao mesmo tempo, alargá-los, conquistando novos visitantes. O programa arranca pelas 16h.

São mais de 20 as galerias distribuídas entre as ruas de Miguel Bombarda, de Manuel II e do Rosário, que vão estrear novas exposições de arte contemporânea, enquanto a Rua da Restauração será palco de seis novas intervenções no Mural Colectivo. 

Lara Luís, ilustradora que concorreu pela primeira vez ao concurso lançado pela autarquia, considera que esta é uma “óptima oportunidade para artistas emergentes” por ser disponibilizado, oficialmente, um lugar para pintar e, principalmente, pelo “contacto directo” com outros artistas das mais diversas áreas como as artes plásticas, ilustração ou graffiters. Naquele que considera ser o mural “mais alto” que já pintou, a artista expressou a imagem pessoal que tem da cidade do Porto, criou uma “confusão visual”  sob o tema Selva, muito frequentemente associado “às grandes cidades, onde tão fácil nos perdemos à procura de algo ou de nós mesmos”, explicou.

Já Nuno Barbelo, The Caver, admitiu que o projecto aconteceu um pouco “em cima do joelho”, mas afirma que vai aproveitar a oportunidade para pintar noutros locais no Porto e com outros artistas. A Estação de São Bento foi o mote de inspiração na sua criação, onde muitas vezes esteve “como turista”. Um comboio, um senhor a ler o jornal e um guerreiro lusitano junto ao castelo são alguns dos elementos presentes na sua criação.

O mural será também intervencionado por outros dois artistas portugueses – Dub & Kest e Paulo Jesus – juntamente com os espanhóis Peri e Sebastien Waknine. A escolha destes artistas é o resultado de um concurso onde surgiram 53 propostas.

Os  dois artistas nacionais aguardam uma boa adesão por parte dos visitantes e esperam que esta iniciativa desvaneça a má imagem associada à arte urbana. Depois da mostra inaugural, as criações destes artistas podem ser visitadas, durante um ano, nos Jardins do Palácio de Cristal

Além da mostra do mural colectivo, o dia de sábado incluirá outras propostas de animação no quarteirão como a performance da “AR-2N2” - duas bailarinas que conciliam teatro e dança contemporânea. Existem também dois workshops disponíveis: “Desenhar na Rua”, criado e orientado pelo artista urbano Frederico Draw, e “Chapa Azul”, uma oficina de gravura de metal. Será possível fazer visitas guiadas, tanto a pé para descobrir as galerias de arte contemporânea do quarteirão como em tuk-tuk rumo ao Mural da Restauração.

A Up Street Stop & Go e o Programa de Arte Urbana voltam, assim, a cruzar-se n a edição deste ano. As Inaugurações Simultâneas de Arte Contemporânea no Quarteirão Bombarda são promovidas pela Câmara Municipal do Porto, através da Porto Lazer, em parceria com a associação Bombarda Porto Art District.

Texto editado por Ana Fernandes

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