Orçamento das esquerdas é a “syriza no topo do bolo”, diz CDS

Telmo Correia criticou duramente o orçamento para 2016.

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Telmo Correia na sessão desta quarta-feira Enric Vives-Rubio
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Enric Vives-Rubio

Foi com um discurso de 12 minutos e meio muito crítico que o deputado centrista Telmo Correia avisou: este orçamento para 2016 é um “erro colossal”, uma “ilusão” e irá levar o país de volta a 2011, ao perigo da “bancarrota”, através de um “caminho perigosamente recessivo”.

Telmo Correia disse que o orçamento das “esquerdas mais ou menos unidas” foi “empurrado de uns para os outros (…) e mesmo enjeitado, pois, por momentos parecia que, sendo da geringonça, não era de facto de ninguém”, referindo-se ao facto de BE, PCP e PEV passarem o tempo a dizer que este não é o seu orçamento e o PS afirmar que o documento foi alterado pelas imposições de Bruxelas.

Este orçamento é um “enorme risco”, representa uma “mudança de rumo” mas sim no sentido da “inversão de marcha”, apontou Telmo Correia, que põe em causa o crescimento da economia e a consolidação das contas conseguidas pelo anterior Governo PSD/CDS. Defendeu ser um orçamento que “traz austeridade” por aumentar a carga fiscal em 1339 milhões de euros e é um exercício “familiófobo”.

“Onde estava e existia gradualismo propõem imediatismo; onde estava previsibilidade temos imprevisibilidade; onde tínhamos realismo encontramos agora irrealismo; e, por último, a responsabilidade deu lugar à irresponsabilidade. Esse é o problema e o risco não é para o Governo. O risco é, infelizmente, para todos os portugueses, como foi em 2011. Ou seja, o risco de voltar à bancarrota em que os senhores deixaram o país”, afirmou o deputado do CDS-PP.

Queixando-se de que a larga maioria das propostas do CDS foram recusadas pela maioria de esquerda, Telmo Correia avisou: “O vosso caminho é perigosamente recessivo.”

“Aqueles que estavam tão exaltados com a Grécia e o Syriza como sendo o futuro e o sol na terra, agora os syrizitas de cá foram os primeiros a roer a corda aos syrizas de lá. Enfim, é a syriza no topo do bolo”, criticou o deputado centrista.

“Continuem a cantar o Grândola que nós continuamos a cantar o hino nacional”, rematou Telmo Correia, aplaudido de pé pelo resto da bancada centrista e recebido pela nova presidente do partido com um beijo.

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