Utentes dos Transportes Públicos do Porto preocupado com novo modelo de gestão da STCP

A passagem da gestão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) para as autarquias que são servidas por estes autocarros está a preocupar o Grupo de Utentes dos Transportes Públicos do Porto. “Processos financeiros de vária ordem” que algumas autarquias ainda atravessam preocupa os utent

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a nova gestão dos STCP preocupa os seus utilizadores. Marco Duarte

O Grupo de Utentes dos Transportes Públicos do Porto manifestou hoje "preocupação" com a passagem da gestão da STCP para as autarquias, defendendo que a empresa deve continuar "na esfera estatal".

"É com muita atenção e preocupação que acompanhamos este processo. Daí a nossa convicção que o melhor para a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) será a continuidade na esfera estatal, tal como a sua gestão", afirma, em comunicado enviado à Lusa, o Grupo.

Os utentes questionam "a vocação" de algumas das autarquias para a gestão de serviços de transporte de passageiros, lembrando ainda que há municípios que "atravessam processos financeiros de vária ordem", recorrendo ao Programa de Apoio à Economia Local ou a empréstimos para saneamento financeiro.

Considerando que a reversão do processo de subconcessão dos transportes públicos que operam na Área Metropolitana do Porto (AMP) "foi a decisão certa e importante", o Grupo adverte, contudo, que "é fundamental que seja feita a reversão no que diz respeito à reposição do que foi retirado indevidamente" aos utentes, trabalhadores e à própria STCP.

Depois da reversão do processo de subconcessão, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse pretender entregar a gestão da STCP às seis autarquias (Porto, Maia, Matosinhos, Gondomar, Valongo e Gaia) servidas pelos autocarros.

Os utentes dizem-se "cépticos" quanto a esta intenção do Governo, referindo que a municipalização é "uma ambição de alguns autarcas".

Matos Fernandes adiantou pretender que a partir de um de Janeiro de 2017 a gestão da operação da STCP seja feita pelas autarquias, mantendo-se nas mãos do Estado a posse da empresa.

As Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT) repudiaram já "qualquer situação que passe pelo risco de ver reduzido e espartilhado o serviço prestado pela STCP, em favor dos operadores privados instalados nos respectivos concelhos" e alertam para a "débil situação financeira das autarquias", que dizem ser "do domínio público".

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