Poesia, perigo e escuridão: a autobiografia de Springsteen chega em Setembro

Nem precisamos de anunciar o título. Só podia ser um. Exactamente: Born to Run.

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Born to run, a biografia, preparada em segredo nos últimos sete anos, chega em Setembro
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Ainda andamos todos felizes a descobrir toda a verdade sobre The River, a última edição antológica de Bruce Springsteen, dedicado ao álbum de 1980, quando nos vemos obrigados a projectar o foco do nosso entusiasmo para o próximo 27 de Setembro. A partir desse dia descobriremos toda a verdade sobre The Boss, contada pelo próprio: é essa a data anunciada para a edição da sua autobiografia. Nem precisamos de anunciar o título. Só podia ser um. Exactamente: Born to Run.

Preparada em segredo nos últimos sete anos, é uma história de “poesia, perigo e escuridão”, como o próprio a apresenta, e acompanha-o desde a infância em Freehold, New Jersey, passando pelas temporadas em bandas de bar até à formação da E Street Band e ao crescimento até atingir o estatuto semilendário, mas sempre em modo herói da classe operária, que mantém hoje. “Num projecto como este o escritor fez uma promessa – mostrar ao leitor a sua mente. Foi o que tentei fazer nestas páginas”, escreve Springsteen na obra cuja escrita iniciou depois do concerto que deu com a E Street Band no intervalo do Super Bowl, em 2009.

Born to Run será editado quatro dias depois de o cantor de I’m on fire completar 67 anos. A editora, a Simon & Schuster, que já negociou a edição da obra em França, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Espanha, afirma que as lutas pessoais de Springsteen são abordadas com “uma candura desarmante”.

Esta não será a primeira aventura na escrita de Bruce Springsteen. Em 2014 publicou um livro para crianças, Outlaw Pete. Nessa altura, deu uma entrevista ao New York Times em que falou dos seus gostos literários, como o recorda agora o jornal americano. Referiu como seus autores favoritos Richard Ford, Cormac McCarthy e Philip Roth e falou de uma descoberta recente marcante. Os clássicos russos – os contos de Tchekhov, os romances de Tolstoi e Dostoievski: “Até há quatro anos não tinha lido nenhum deles, e descobri que são absolutamente modernos psicologicamente.”

Será que se arranjará um tempo durante a sua passagem por Lisboa, cabeça de cartaz no Rock in Rio, dia 19 de Maio, para nos fazer uma leitura de excertos seleccionados do livro? Sonhar não custa. E tornava menos ansiosa a espera até Setembro.

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