Uma nova empresa pública concessionada, mas nada de privatizações

O Governo espera arrecadar 90 milhões de euros com a entrega a privados da gestão da antiga Refer Telecom.

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Governo frisa que quer recuperar o controlo da TAP, que foi vendida pelo anterior executivo Daniel Rocha

Nos planos do Governo para este ano, há apenas uma novidade no que diz respeito ao controlo de empresas públicas. Trata-se da concessão a privados da Refer Telecom (hoje IP Telecom). No Orçamento do Estado (OE) está previsto um encaixe de 90 milhões com a operação.

O anterior Governo também chegou a estudar uma solução deste tipo para a empresa, mas nunca ficou definido se se trataria de uma concessão ou de uma venda, mesmo que parcial.

No relatório que acompanha o OE para 2016, entregue nesta sexta-feira, o executivo de António Costa explica, em parte, a previsão de aumento da receita não fiscal com a “concessão a terceiros da exploração da IP Telecom”, que ganhou este nome após a fusão da Refer com a Infra-estruturas de Portugal, feita pelo anterior Governo.

Agora, espera-se que esta concessão gere receitas de 90 milhões de euros, juntando-se à já antiga promessa de entregar a privados a gestão da Silopor, avaliada em 40 milhões de euros.

No que diz respeito à gestão das participações do Estado em empresas estas são as únicas duas mudanças previstas. Aliás, o OE para este ano marca a diferença face aos orçamentos apresentados nos últimos anos, inclusive por governos suportados pelo PS. É que não há uma única privatização prevista para 2016.

O Governo diz apenas que “a racionalização das participações públicas deverá passar pela dinamização do papel do Estado na sua gestão e pelo aumento da eficácia dos processos de acompanhamento e controlo das empresas de capital público”.

O executivo frisa ainda que devem ser aprofundados “os mecanismos de acompanhamento das participações públicas”, com especial atenção para “aquelas que se revistam de um especial interesse estratégico”. O Estado, considera o Governo, deve “assegurar a manutenção de participações maioritárias nestas empresas”.

E é por isso que, no relatório que acompanha o OE, sublinha que “prosseguirá as negociações com o consórcio vencedor do processo de reprivatização da TAP, com o objectivo de garantir a titularidade sobre a maioria do capital social”.

Mas esta não foi a única operação do anterior Governo que o executivo de António Costa travou. No relatório, é feita uma referência à “reversão dos processos de subconcessão das redes dos operadores públicos de transportes de Lisboa e do Porto”, que tinham sido entregues a empresas privadas. 

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