Naufrágio ao largo da Grécia mata 24 pessoas, quase metade são crianças

Operações de resgate em curso para descobrir cerca de dez desaparecidos. Já doze crianças morreram esta semana a tentarem a travessia do Mediterrâneo.

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Desde Janeiro já mais de 46 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo. Duzentas estão mortas ou desaparecidas. Alexandros Avramidis/Reuters

Uma embarcação em que viajavam entre 40 e 45 pessoas naufragou ao largo da ilha grega de Samos na manhã desta quinta-feira. A guarda costeira recuperou para já os cadáveres de 25 pessoas. Entre elas estão dez crianças: cinco raparigas e rapazes.

Resgataram-se dez pessoas com vida, todas "em estado de choque e hospitalizadas em Samos", segundo indicou um porta-voz da guarda costeira à AFP - cinco dos sobreviventes estavam agarrados a bocados de madeira, que a guarda-costeira acredita serem bpocados da embarcação onde viajavam. Há 11 pessoas desaparecidas e as buscas prosseguem com duas embarcações da agência europeia Frontex e outras duas das autoridades gregas.

O alerta e informação sobre o número de viajantes foram dados por um sobrevivente que conseguiu nadar até à praia de Kokari. Samos é uma das principais portas de entrada na Europa para requerentes de asilo que partem da Turquia, como é o caso da embarcação naufragada esta quinta-feira e o da esmagadora maioria das pessoas que atravessaram o Mediterrâneo no último ano.

As nacionalidades dos mortos destes últimos dois dias não foi revelada, mas a maior parte dos que arriscam a vida para chegar às ilhas gregas, em embarcações frágeis ou barcos sobrelotados, são refugiados dos conflitos na Síria, Iraque e Afeganistão.

As más condições do Inverno não travaram as travessias. Desde o início do ano chegaram já mais de 46 mil pessoas por mar, quase todas à Grécia — apenas duas mil fizeram a viagem para a Itália. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) contava já 200 mortos e desaparecidos desde o dia 1 de Janeiro.

Na quarta-feira deu-se um outro naufrágio, desta vez nas margens da ilha de Kos, também na Grécia: morreram sete pessoas, duas eram crianças. No mesmo dia, a Comissão Europeia ameaçou a Grécia com a exclusão temporária da zona europeia de livre-circulação caso as autoridades nacionais não melhorem os sistemas de inscrição de novas chegadas e verificação da identidade dos requerentes de asilo. 

ameaçou a Grécia com a exclusão temporária da zona europeia de livre-circulação caso as autoridades nacionais não melhorem os sistemas de inscrição de novas chegadas e verificação da identidade dos requerentes de asilo.

Esta quinta-feira, noutra zona do Mediterrâneo, a marinha italiana socorreu 290 pessoas, tendo conseguido salvar 74 que viajavam num barco de borracha meio afundado, mas tendo retirado da água seis mortos. Foi o primeiro naufrágio deste ano na rota entre o Norte de África e Itália. Na mesma zona, e ainda nesta quinta-feira, a marinha encontrou à deriva mais dois botes de borracha, um de manhã com 109 pessoas e outro à tarde com 107.

 

 

 

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