Áustria defende “exclusão provisória” da Grécia do espaço Schengen

Christine Lagarde junta a sua voz à dos que acham que o afluxo de imigrantes compromete a sobrevivência das instituições europeias.

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A presidência da União Europeia descartou, em Dezembro passado, a expulsão da Grécia do espaço Schengen AFP

A ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, defendeu a “exclusão provisória” da Grécia do espaço Schengen se Atenas não reforçar os seus controlos fronteiriços face à vaga de refugiados que tenta entrar na Europa.

“Se o Governo de Atenas não se empenha na segurança das fronteiras exteriores da União Europeia, teremos de falar de forma aberta da exclusão provisória da Grécia do espaço Schengen”, declarou à edição dominical do jornal alemão Die Welt, que antecipou excertos da entrevista. “A paciência de vários estados europeus chegou ao limite. Já falámos muito, é altura de agir para proteger a estabilidade, a ordem e a segurança na Europa”, acrescentou a governante, para quem a ideia de que a fronteira greco-turca não pode ser controlada é “um mito”.

A presidência da União Europeia descartou, em Dezembro passado, a expulsão da Grécia do espaço Schengen. “Não é juridicamente possível”, garantiu nessa altura o ministro luxemburguês da Imigração, Jean Asselborn. O porta-voz do ministro grego Alexis Tsipras foi obrigado a desmentir várias vezes a existência de ameaças da União Europeia à Grécia nesse sentido.

Entretanto, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde juntou a sua voz à dos líderes europeus que consideram que o afluxo em massa de imigrantes à Europa compromete a sobrevivência das instituições europeias.  Questionada durante um debate do Fórum Económico Mundial, em Davos, sobre se a crise da migração pode comprometer a sobrevivência do espaço Schengen, respondeu "Sim, penso que sim". Sublinhou, porém, que falava a título pessoal

Lagarde precisou que o FMI, como instituição, considera no entanto que se esta crise for bem gerida poderá vir a beneficiar economicamente alguns países, concedendo-lhes um crescimento adicional. De um ponto de vista económico, "a Europa está definitivamente em melhor forma do que no ano passado, mas temos duas preocupações importantes" para o continente, disse. Um deles é a crise dos refugiados e o outro é o risco de Brexit, a eventual saída do Reino Unido da União Europeia.     

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