Outros casos de viciação de resultados no desporto

Do futebol ao basquetebol, do pugilismo ao críquete, o PÚBLICO recupera alguns dos episódios de manipulação.

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Marc Serota/Reuters

Futebol: Itália no topo da pirâmide
Foram duas as vagas que atingiram em força o futebol italiano nas últimas décadas. Em 1980, eclodiu o escândalo apelidado de Totonero, quando a Guardia di Finanza descobriu que vários jogadores, da Série A e da Série B, tinham feito apostas nos jogos em que participaram. Resultado: o AC Milan e a Lazio desceram de escalão e a estrela da selecção, o avançado Paolo Rossi, tornou-se no rosto mais mediático do processo, ao ser punido com dois anos de suspensão.

Já em 2012, sob o nome de Calcioscommesse, foi denunciada uma teia de influências que envolvia jogadores, treinadores e organizações mafiosas que aproveitavam as apostas desportivas para a lavagem de dinheiro. Atletas como Domenico Criscito e técnicos como Antonio Conte, entre outros, foram castigados.

Basquetebol: Donaghy, o árbitro apostador
Em 2008, as investigações levadas a cabo pelo FBI levaram Tim Donaghy, árbitro que apitava na NBA há 13 épocas, a admitir ter apostado em jogos que ele próprio dirigira. Suspeito de ter agido em parceria com representantes da máfia, o norte-americano de 46 anos foi condenado a 15 meses de prisão efectiva.

Pugilismo: o “mergulho” de Sonny Liston
Poucos combates terão sido tão eficazes a levantar o véu sobre a viciação de resultados desportivos como o que opôs Sonny Liston a Cassius Clay (mais tarde Muhammad Ali), a 25 de Maio de 1965. Ainda no primeiro assalto, na sequência daquele que ficou conhecido como “soco-fantasma”, Liston caiu no tapete e já não se levantou em tempo útil. Ganhavam força as suspeitas de que o norte-americano nascido no Arkansas era há muito controlado pela máfia. 

Mas já havia precedentes, em ambos os casos envolvendo o empresário com ligações ao submundo Jim Norris, que terá sido responsável por combinar o desfecho, entre outros, dos combates que opuseram Harry Thomas a Max Schmeling (1937) e Jake Lamotta a Billy Fox (1946).
 
Beisebol: Pete Rose e os Cincinnati Reds
A 3 de Abril de 1989, a revista Sports Illustrated denunciava que o antigo jogador e treinador dos Cincinnati Reds, Pete Rose, fizera apostas nos resultados da sua própria equipa — sem que se tenha determinado se a favor ou contra — ao longo dessa temporada. A investigação que se seguiu apurou 52 jogos dos Reds a envolverem apostas do técnico, que teria investido pelo menos 10.000 dólares por dia. Rose, que sempre negou as acusações, acabou por ser banido da Major League Baseball e tornou-se inelegível para o Hall of Fame.

Críquete: corrupção no Paquistão
Um vídeo de uma transacção a envolver Salman Bett, Mohammad Asif e Mohammad Amir, três jogadores da selecção de críquete do Paquistão, fez disparar o escândalo de corrupção que abalou a modalidade em 2010. Num test match frente a Inglaterra, o trio foi acusado de ter falhado deliberadamente em determinadas acções do jogo, por ordem de um grupo de apostadores, acabando por ser banido durante um período entre os cinco e os dez anos.

Corridas de cavalos: favoritos, mas pouco
Em 2011, a autoridade britânica que regula as apostas em corridas de cavalos denunciou um escândalo que remontava a 2009. Nesse ano, vários proprietários de cavalos e alguns jockeys manipularam provas em que partiam como favoritos nos livros de apostas. Os autores receberiam pelo menos 6000 libras por corrida.

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