Recuperado gabinete da rainha D. Amélia no Palácio da Pena

O projecto envolveu a recuperação do espaço, do mobiliário e das peças decorativas. A recuperação, concluída em 2015, celebra o 150º aniversário da rainha, nascida em 1865.

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A recuperação do gabinete da rainha D. Amélia, no Palácio Nacional da Pena, em Sintra, foi terminada em Dezembro de 2015 e o espaço já se encontra aberto ao público. A recuperação esteve a cargo da Parques de Sintra – empresa que gere o Parque e Palácio da Pena – e envolveu um investimento de 35 mil euros, feito inteiramente pela empresa. A requalificação do espaço foi desenvolvida ao longo dos últimos quatro anos.

Para além do mobiliário e das peças decorativas, foi restaurada a pintura mural e renovada a instalação eléctrica. Também o pavimento foi alvo de uma limpeza profunda e posterior estabilização.

Segundo o director do Palácio Nacional da Pena, António Nunes Pereira, citado em comunicado, “o gabinete da Rainha D. Amélia apresenta-se como um testemunho das diferentes gerações que no Palácio deixaram a sua herança, mantendo, no entanto, como figura tutelar a rainha D. Amélia, cujo 150º aniversário se celebrou em 2015 e que ficou assinalado com esta recuperação”.

Segundo o comunicado, “a reorganização do gabinete pretende ser uma síntese de três épocas determinantes para o Palácio Nacional da Pena”: o período de habitação de D. Fernando II, entre 1860 até 1890; o período de 1890 a 1910, que correspondeu à ocupação dos aposentos pela rainha D. Amélia; e, por fim, o período da Primeira República, justificada pela pintura mural no compartimento. Neste mural de 1917, da autoria de Eugénio Cotrim, foi utilizada uma técnica de pintura chamada tromp l’oil, que confere tridimensionalidade à obra.

Este compartimento agora restaurado serviu diversas funções ao longo do período de ocupação doméstica do Palácio Nacional da Pena. Num documento de 1866, o espaço aparece referenciado como “Sala de Música”; num inventário de D. Fernando II, elaborado 20 anos depois, o mesmo espaço surge com a designação de “Sala da Senhora Condessa”. A partir de 1890, a sala passa a ser conhecida como “Gabinete de Trabalho da Rainha Senhora D. Amélia”, tendo também sido conhecido como “Sala de Estar da Família Real”. 

Apesar de o espaço ter estado em manutenção durante cerca de dois anos – os restantes corresponderam a uma fase de estudo –, os percursos de visita do Palácio não foram afectados. Isto porque a empresa optou por um projecto designado "Aberto para Obras", em que os visitantes podem presenciar os trabalhos de salvaguarda, desde que sua a segurança não seja colocada em risco.

O investimento de 35 mil euros foi feito pela empresa Parques de Sintra que, não recorrendo ao Orçamento de Estado, assegurou a recuperação através das receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.

Texto editado por Ana Fernandes

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