Ministro vai ser ouvido no Parlamento sobre morte no São José

É preciso debater as consequências da política e das opções do anterior executivo, defende PCP.

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Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde nFactos/Fernando Veludo

O ministro da Saúde e os dirigentes demissionários na sequência da morte de um jovem após a ruptura de um aneurisma no hospital de São José (Lisboa) vão ser ouvidos no Parlamento, a pedido do PS e do PCP. O requerimento do PCP foi aprovado na Comissão Parlamentar de Saúde, com as abstenções do PSD e do CDS, disse fonte do grupo parlamentar comunista, acrescentando que o Bloco de Esquerda não estava presente. 

No requerimento pede-se a audição urgente do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e dos vários dirigentes demissionários - o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, Cunha Ribeiro, e os presidentes dos conselhos de administração dos centros hospitalares de Lisboa Norte (CHLC), Carlos Martins, e de Lisboa Central (CHLC), que inclui o Hospital de São José, Teresa Sustelo.

Em causa está a morte de David Duarte, de 29 anos, que deu entrada no hospital de São José numa sexta-feira a necessitar de "uma intervenção da área da neurocirugia", tendo acabado por não ser "intervencionado porque a equipa especializada neste tipo de intervenção, ao invés de estar ao serviço no hospital, como as boas práticas clínicas assim o exigiram, encontrava-se em situação de prevenção".

O PCP lamenta que, "apesar desta situação ser conhecida das várias entidades", só depois da morte do rapaz e da notoriedade adquirida pelo acontecimento é que os responsáveis "apresentaram a demissão". Para os comunistas, "esta situação não se desliga do desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde", da "retracção da sua capacidade de resposta", da "desvalorização dos profissionais de saúde e das suas carreiras".

O requerimento do grupo parlamentar do PCP foi assim justificado com a "gravidade da situação, que contraria plenamente todo o discurso propagandístico do anterior executivo quanto à capacidade de resposta do SNS," e com a necessidade de debater as "consequências da política e das opções do anterior executivo".

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