Limpeza da barrinha de Esmoriz arranca este ano

O objectivo das obras previstas pela Polis Litoral Ria de Aveiro é minimizar os efeitos da erosão costeira numa das áreas mais afectadas do país.

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Nelson Garrido

O desassoreamento da barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos, zona lagunar com quase 400 hectares situada nos concelhos de Ovar e de Espinho, obteve finalmente luz verde e vai começar este ano. A Polis Litoral Ria de Aveiro adianta que a candidatura ao Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos foi aprovada e que a requalificação e a valorização da barrinha, considerada área crítica de recuperação ambiental há 12 anos, fazem parte de acções prioritárias de combate à erosão em áreas lagunares costeiras. A empreitada custará quase três milhões de euros e as obras deverão avançar dentro de dois meses.

As intervenções, há muito esperadas e que estarão no terreno durante um ano, contemplam a dragagem de 272 mil metros cúbicos de sedimentos e os materiais serão depositados por repulsão em duas zonas da costa, perto da barrinha. O objectivo deste processo é minimizar os efeitos da erosão costeira numa das áreas mais afectadas do país.

A reabilitação do dique fusível é ponto assente para continuar a assegurar uma abertura controlada da barrinha ao mar e garantir a qualidade da água nas praias das imediações.

O projecto inclui ainda a construção de uma ponte que ligará Esmoriz e Paramos, com 38 metros de comprimento, piso de 1,40 metros de largura, e corrimão em madeira, e mais três pontes curvas com 13,5 metros de comprimento e dois metros de largura.

Um pequeno cais flutuante, um observatório de aves, percursos mistos, dois pórticos, três parques de estacionamento, são também equipamentos previstos para o local. A criação dos percursos marginais assume, segundo a Polis Litoral Ria de Aveiro, funções relevantes na estabilização das margens da lagoa, “constituindo assim um importante contributo na protecção e reabilitação de sistemas costeiros naturais, nomeadamente dunares”.

A requalificação das margens e do cordão dunar envolve o controlo de plantas invasoras, plantações na zona marginal da barrinha de forma a recuperar a vegetação natural e conservar e recuperar a vegetação dunar na área envolvente. Os acessos à praia serão ordenados, o acesso à barrinha será vedado com a colocação de passadiços, as acessibilidades actuais sofrerão alterações e será colocada uma paliçada na zona dunar a sul da lagoa. Há também acções de sensibilização pensadas para que quem circule pelo espaço à beira-mar perceba que está numa zona integrada na Rede Natura 2000.

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