Por cá, o ar continua a ser de boa qualidade

Houve uma redução dos dias em que o ar podia ser descrito como bom ou muito bom, mas a maioria em 2014 ainda foi assim, segundo revelou o INE. E desde 1941 que não se registava uma onde de calor como a ocorrida na segunda quinzena de Outubro do ano passado.

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A recolha selectiva de lixo continua a ser minoritária DR

O ar em 2014 continuou a ser de boa qualidade em Portugal, embora com uma redução do peso dos dias monitorizados que mereceram a menção de bom ou muito bom: de mais de 80% em 2013 passaram para 70,1% em 2014, segundo revelam as Estatísticas do Ambiente divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com apenas “um aumento modesto do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9%” e num contexto demográfico “profundamente envelhecido”, as condições económicas em 2014 continuaram a não exercer “pressão significativa sobre o ambiente”, destaca mais uma vez o INE. Em consequência, “o estado dos recursos naturais como a água e o ar provou ser de boa qualidade”. No caso da água, o INE refere que 98,4% da água destinada a consumo era de boa qualidade, o mesmo se aplicando a 73,4% das amostras de águas subterrâneas que foram recolhidas e a 95,1% das observações feitas nas zonas costeiras, oscilando a qualidade das águas balneares entre “bom” e “excelente”.

Já quanto aos resíduos urbanos, as notícias são menos animadoras, com o INE a destacar que não se registaram melhorias significativas tanto no que respeita à percentagem e lixo que ainda é colocado em aterro (49%), como ao impacto reduzido da recolha selectiva de lixo; que representou apenas 13,6% do total.

Em 2014 também se confirmou a tendência para o aumento das temperaturas máximas e mínimas. Entre 1940 e 2014, a temperatura máxima aumentou 1,53º e a mínima registou uma subida de 0,63º. Por outro lado, em todas as estações meteorológicas do Continente "foram observadas ondas de calor". Considera-se que existe uma onda de calor  "quando num intervalo de pelo menos seis dias consecutivos, a temperatura máxima do ar é superior em cinco graus ao respectivo valor média diário da temperatura máxima" ocorrida no mesmo período.

Ora,  revelam as estatísticas do INE,  "30% das estações meteorológicas registaram um número de dias em ondas de calor superior a 20". Estas ondas ocorreram nos meses de Abril, Maio, Junho e Outubro. "Esta última, quer pela sua extensão espacial e temporal, quer pela altura do mês em que ocorreu ( segunda quinzena), pode ser considerada como a mais significativa observada em Outubro, desde 1941", frisa-se no documento.

A despesa pública destinada a acções de protecção ambiental aumentou 1,3%, mas o seu peso em relação ao PIB manteve-se nos 0,6%, continuando assim abaixo da média da União Europeia.

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