Produção de diamantes em Angola poderá atingir valor recorde este ano

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Público/arquivo

A produção de diamantes em Angola poderá atingir este ano o valor recorde de nove milhões de quilates, segundo avançou o ministro da Geologia e Minas angolano, Francisco Queiroz, em Pequim. Trata-se de um aumento de 5,6% face a 2014, mas que corresponde a uma queda em termos de receitas, tendo em conta a descida do preço do diamante no mercado internacional.

"No ano passado, com 8,5 milhões de quilates arrecadamos 1.300 milhões de dólares (1.197 milhões de euros), mas este ano só vamos conseguir cerca de 1.130 milhões de dólares (1.041 milhões de euros)", previu o responsável angolano.

A produção recorde de diamantes ficará também abaixo da meta dos dez milhões de quilates, definida no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) de Angola para o período 2013-2017. "Foi uma previsão muito ambiciosa. Entretanto, revemos essa meta no ano passado para 8,5 milhões, que se revelou também um valor muito conservador", explicou Francisco Queiroz.

Angola arrecadou em 2014 cerca de dez mil milhões de kwanzas (68 milhões de euros) só com impostos sobre a venda, no total, de 8,6 milhões de quilates, por 1.274 milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros). Os diamantes contribuem apenas com 1% dos valores fiscais arrecadados no país, que continuam fortemente dependentes da venda do petróleo.

Francisco Queiroz espera que com a nova mina de diamantes do Luaxe, localizada no interior norte de Angola e que poderá mais do que duplicar a produção nacional, esse valor suba para os cinco por cento até 2020. "Essa mina poderá tornar-se a maior do mundo", previu.

O ministro angolano falava à margem de uma visita à China a convite do ministro da Terra e dos Recursos Naturais chinês, Jiang Daming. Além de se reunir com o seu homólogo chinês, Queiroz assistiu na quarta-feira ao encerramento de um programa de treino de 30 técnicos angolanos no Instituto de Geofísica e Geoquímica de Langfang, na província chinesa de Hebei.

Os técnicos deverão agora ser distribuídos por três laboratórios geoquímicos em Angola, cuja construção está a cargo da empresa estatal chinesa China International Trust and Investment Corporation (CITIC).

Além da formação e construção de laboratórios, o contrato de 6.250 milhões de kwanzas (42,5 milhões de euros), celebrado entre a CITIC e o Instituto Geológico de Angola, inclui o fornecimento de equipamento e assistência técnica.

Francisco Queiroz prevê que aquelas estruturas, cuja maior está localizada em Luanda, venham a atender "todas as necessidades de análise geoquímica do país e também dos países que necessitarem dos serviços" angolanos. "Estamos a contar que a partir de 2020 Angola tenha grandes projectos mineiros em desenvolvimento, para que então possamos diversificar a economia e sobretudo diversificar as fontes de receitas fiscais", concluiu.

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