Mais Beatlemanias

Estou na semana de dar graças pelas coisas boas da Internet: o nome que nós portugueses damos à Web, confundindo a rede com o peixe, o que se estranha num país de pescadores.

Esta semana fez 50 anos que saiu Rubber Soul, o álbum psicadélico dos Beatles e, para os adolescentes da altura, o melhor, por ser o primeiro que tinha canções de que os mais velhos não gostavam.

Rubber Soul rompeu a unanimidade pouco sadia à volta dos Beatles. Foi o primeiro álbum feito para quem ainda não tinha o gosto formado: era diferente e era sensacional.

Marc Myers escreve um dos melhores e mais generosos blogues que
conheço – o JazzWax –, que está cheio das crónicas e das entrevistas do autor e de bons links a magníficos documentários (curtos e compridos) e a outros blogues de jazz e música popular. Tem também uma valiosa secção de obituários.

Marc Myers é deliciosamente original e polémico. Escrevendo sobre Rubber Soul para o WSJ, ele diz que a edição americana (que tira quatro canções à inglesa, acrescentando mais duas de outras gravações) era melhor do que a original. O artigo está no blogue, mas vale a pena ir ao WSJ para ver os belos comentários, em que dezenas de opiniões diferentes estão gloriosamente representadas, escritas com uma paixão própria de um disco acabadinho de sair.

A edição americana foi um escândalo em 1965 e volta a ser um escândalo agora. Obrigado Marc Myers, por defender tão bem o indefensável e a música sempre fugidia dos Beatles.

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